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Mali: EUA retiram ajuda ao país; líderes africanos discutem crise

Os Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira (26), a suspensão da ajuda ao governo do Mali depois do golpe de Estado na nação africana na última semana, e pediram a restauração do governo eleito. Representantes dos 15 Estados-membros da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reúnem-se nesta terça-feira (27) em Abidjan, Côte d’Ivoire para discutir a crise política no Mali.

Manifestantes no Mali pedem retorno à ordem constitucional/ Foto: Harouna Traore – Associated Press

"Agora tomamos a decisão de suspender nossa ajuda ao governo do Mali, à espera de que a situação no local seja resolvida", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland. "Queremos que o governo eleito seja restabelecido o quanto antes", acrescentou.

"Algo mais que a metade dos 140 milhões de dólares (que os Estados Unidos enviam ao Mali) são direcionados à ajuda alimentar", disse Nuland, enquanto os quase 70 milhões dólares restantes, afetados pela suspensão, estão relacionados com a assistência militar, econômica e de ajuda ao desenvolvimento do país.

A suspensão da ajuda foi decidida para "deixar claro que se trata de uma situação inaceitável" e que "a democracia deve ser restabelecida", acrescentou a porta-voz, para quem "só os rebeldes tuaregues se beneficiam" do atual estado das coisas.

Já o Conselho de Segurança da ONU condenou o golpe firmemente, nesta segunda (26) e exigiu que os "soldados amotinados contra o governo democraticamente eleito" voltem aos seus quartéis.

O presidente cessante da Comissão Executiva da União Africana (UA), Jean Ping, divulgou na sexta-feira (23) que as duas organizações vão enviar uma missão conjunta ao Mali para tentar restabelecer a ordem constitucional.

Histórico

O golpe de Estado militar de 22 de Março suspendeu o processo político no país a algumas semanas das eleições presidenciais programadas para o dia 29 de Abril. O pleito deveria virar a página do período sob o regime de Amadou Toumani Touré, que governa o país desde 1991, também depois de um golpe de Estado.

Com informações da Agência Angola Press