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Senadores se unem ao ministro no desejo de sucesso da Copa

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, voltou a defender o êxito na realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014, em audiência pública, nesta terça-feira (10), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte no Senado. Os senadores manifestaram preocupação em acelerar a tramitação e aprovar a Lei Geral da Copa na Casa para contribuir com o trabalho do ministro. E alertaram para o risco da propaganda negativa, que possa afastar os turistas do evento.

O ministro citou um diplomata estrangeiro que disse, após visita ao país, que só se conhece o Brasil depois de ver a correria nos galpões das escolas de samba durante os preparativos para o Carnaval e depois o desfile, com pontualidade, precisão, beleza e harmonia.

Para Aldo Rebelo, preparar o Brasil para receber os jogos da Copa do Mundo não é a coisa mais difícil que o país já fez. “Nós temos herança da ousadia, dos que levaram Brasília por interior, de construir Brasília. O Brasil já fez coisas mais difíceis, mais improváveis, porque não fará a Copa do Mundo. Vamos fazê-la e fazê-la bem”, garantiu.

E refutou a ideia de que ao assumir compromissos com a Fifa para a realização do evento, o Brasil esteja abrindo mão de sua soberania. “Não acredito que os Estados Unidos, a França ou a Alemanha tenham renunciado as suas autonomias ao realizar os jogos da Copa do Mundo”, afirmou, destacando que para o cumprimento dos acordos com a Fifa, “estamos tratando dos pequenos direitos e das pequenas cifras”, fazendo paralelo com os juros da dívida externa pagos pelo Brasil.

Ele disse, em resposta aos senadores que queriam saber sobre os problemas nos preparativos, que não subestima as dificuldades. E destacou que a preparação do evento esportivo vai permitir ao Brasil exercitar sua capacidade de gestão e superar deficiências. “Uma coisa é falar dos problemas e outra é falar das soluções dos problemas”, afirmou.

Excessos da mídia

Os senadores concordaram com o ministro. O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), o último a falar, incluiu, em sua fala, mais elogios ao ministro e à condução dos preparativos para a Copa do Mundo. “No senhor eu tenho total confiança, na Fifa, eu não tenho nenhuma, afirmou, “mas nós do Psol não vamos criar nenhum obstáculo na aprovação da lei aqui no Senado, para que não seja apresentado como prejuízo para a realização da Copa do Mundo”.

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC), disse que há um excesso de preocupação, precaução e críticas veiculados pela mídia e que chegam ao exterior e pode atrapalhar o sucesso da Copa. Segundo ele, isso pode prejudicar a vinda de turistas para o país, já que a mídia fala só dos problemas.

Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), a Lei geral da Copa trata dos compromissos assumidos pelo Brasil para receber o evento da Fifa. Para ele, cabe ao Senado e ao Congresso contribuir para que o evento seja realizado com sucesso. E criticou o anúncio feito pelo presidente da Comissão, senador Roberto (PMDB-PR) de suspender a tramitação da lei até que seja realizada audiência com o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) elogiou o empenho do ministro sobre os preparativos para a Copa do Mundo e, a exemplo do companheiro de Partido, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) manifestou preocupação com as obras de infraestrutura como as obras de ampliação de transporte público, aeroportos e serviços de telefonia.

Questionamentos

A senadora Ana Amélia (PP-RS), relatora do projeto de Lei Geral da Copa na Comissão e que solicitou a realização da audiência, foi a única senadora que fez uma série de questionamentos, levantando a discussão sobre a liberação de venda de bebida alcoólica nos estádios, atraso nas obras dos estádios e infraestrutura e o episódio do secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, que teria dito que os responsáveis pela organização da Copa do Mundo de 2014 deveriam “levar um chute no traseiro”.

Em resposta à senadora, o ministro destacou que a bebida não foi matéria controversa em nenhuma das outras Copas realizadas. E nem nos países que vão realizar depois do Brasil e já fizeram esse compromisso – Rússia e Quatar. E disse ainda que, no Brasil, em todas as atividades de lazer e esporte existem venda de bebida alcoólica e não se pode esperar resolver o problema do consumo exagerado apenas nos jogos da Copa.

“A preocupação com o consumo exagerado de bebida e as consequências para saúde e segurança não é tema do acordo (com a Fifa), é tema permanente do governo e da sociedade”, alertou o ministro.

E garantiu que os atrasos registrados nas obras de preparação da Copa são desprezíveis e que até no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), é possível recuperar os atrasos. “Teremos Copa do Mundo como temos outros eventos, como o Carnaval, que recebe milhares de turistas”, enfatizou Rebelo.

Com relação às declarações do secretário geral da Fifa, disse que o caso está superado – que já foram feitos pedidos de desculpas em vários ocasiões – e pediu que não se transformasse o episódio em “indústria”, “porque temos coisas mais importantes para fazer”, afirmou.

Aprovada pela Câmara dos deputados no último dia 28, a Lei Geral da Copa será examinado simultaneamente por três comissões permanentes do Senado: a Comissão de Esporte, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão de Assuntos Econômicos.

De Brasília
Márcia Xavier