Manifestação condena afastamento de presidente do Sindjorce

Com o apoio de três carros de som, jornalistas, gráficos, vigilantes, servidores públicos, motoristas de ônibus, trabalhadores de transporte de valores, dirigentes do movimento de mulheres, e empregados do comércio e serviços do Ceará postaram-se em frente à recepção do Diário do Nordeste, no dia 3 de abril, para protestar contra o afastamento arbitrário da presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro, da redação do jornal.

Integrante da lista dos 200 profissionais brasileiros mais premiados de todos os tempos do Portal Jornalistas&Cia, Samira foi “liberada”, de maneira compulsória, em retaliação à matéria publicada no portal do sindicato denunciando a censura dos editais de assembleias por local de trabalho e práticas antissindicais pelos jornais O Povo e Diário.

Representantes de centrais sindicais, confederações, federações nacionais e internacionais, sindicatos de trabalhadores e do movimento popular distribuíram, na porta do jornal, centenas de cópias da Nota de Repúdio subscrita por diversas entidades, entre elas a Federação dos Periodistas da América Latina e do Caribe – FEPALC; FENAJ e sindicatos de jornalistas filiados; Associação Cearense de Imprensa – ACI; CUT e entidades filiadas e Conlutas, em protesto à liberação compulsória da presidente do Sindjorce.

Afastada por mobilizar 70 mulheres para greve

Nas falas de solidariedade dos dirigentes sindicais, feitas em frente à Holding do Grupo Edson Queiroz, em frente à Praça da Imprensa, o repúdio às investidas dos patrões contra a organização dos trabalhadores nos locais de trabalho deu a tônica.

"Fui afastada da Nordeste Segurança por ter mobilizado 70 mulheres para a greve dos trabalhadores em Transporte de Valores”, comparou Wédia de Fátima. Vestida com uma camiseta vermelha da CUT, Wédia, dirigente do SindValores, deu o recado. “Samira não está só”, avisou aos donos do Diário do Nordeste.

Jornalistas da base, funcionários e ex-funcionários do jornal se solidarizaram à presidente na porta da empresa. Ex-presidentes do Sindjorce também enviaram mensagens de solidariedade à Samira. “Somos bons não porque queremos, mas porque acreditamos, estamos convictos e fazemos as coisas acontecerem. Isto incomodorá sempre os supostos poderosos, mas nada melhor que a sensação de satisfação pelo dever cumprido e poder, à noite, encostar a cabeça no travesseiro, sorrir para o companheiro, avaliar todo o seu trajeto, ficar feliz com isso e dormir tranquila. Não esmoreça a luta é árdua, mas a vida é dura apenas para aqueles que são moles”, disse Amaury Candido Bezerra, ex-presidente do Sindjorce

O afastamento da jornalista da redação na qual trabalha desde os 21 anos de idade – período em que conquistou diversos prêmios nacionais de jornalismo -, também provocou protestos na Câmara Municipal de Fortaleza. Com o apoio do Sindicato dos Servidores Municipais de Fortaleza (Sindfort), foram fixados na vidraça do plenário diversos cartazes denunciando os jornais O Povo e Diário por crime contra a organização dos trabalhadores.

Fonte: Sindjorce

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