Comissão Política debate políticas para a mulher e meio ambiente

Está reunida em São Paulo a Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil. Além do exame do quadro político, a direção comunista debruça-se sobre dois temas em destaque: as teses em debate na 2ª Conferência Nacional da Mulher, evento partidário que ocorrerá em Brasília nos dias 18, 19 e 20 de maio; e a política nacional de meio ambiente do Partido.

Em uma breve alocução política, o presidente nacional, Renato Rabelo, destacou o enorme apoio popular de que desfruta no momento a presidente Dilma Rousseff.
 
Referindo-se a medidas tópicas e isoladas que a presidente tem tomado – como a redução dos juros e spreads dos bancos públicos e a queda de braço vitoriosa pelo governo em relação aos bancos privados –, Rabelo pontuou também que não há um plano estratégico nem uma agenda política do governo para o Congresso Nacional.

“Em momentos de crise mundial do capitalismo, como o atual, um plano estratégico com alternativas claras possibilitaria a um país com as potencialidades do Brasil buscar um caminho próprio de desenvolvimento nacional”, explica o dirigente.

O presidente do PCdoB também chamou a atenção para a dispersão e a falta de bandeiras que mobilizem os partidos políticos de esquerda e os movimentos sociais, tema que deve ocupar as atenções da direção comunista nos seus próximos encontros.

Política nacional de meio ambiente

“A política ambiental que estamos aprovando nesta reunião toma por base a concepção marxista e a análise da realidade concreta”. Foi como explicou Aldo Arantes, secretário nacional do PCdoB, em entrevista ao Vermelho, ao falar sobre as diretrizes centrais da política nacional de meio ambiente do Partido.

Segundo ele, “o capitalismo transforma tudo em mercadoria, e em sua fase imperialista, privatiza os recursos naturais e procura controlar as fontes destes recursos nos países em desenvolvimento. A proposta do PCdoB sai na vanguarda na discussão sobre as problemáticas ambientais, pois o Partido observa a coisa como um todo, ou seja, relaciona a questão ambiental com a social”.

Aldo Arantes lembra que o Partido defende como premissa uma mudança estrutural, na qual a solução para a crise do capitalismo, e consequentemente a crise ambiental, passa pela construção de uma nova sociedade, uma sociedade socialista. Isso significa construir uma sociedade cujo objetivo não seja o lucro, mas o bem-estar social, no qual o Estado assume um papel central no processo de construção de um projeto nacional que corrobore com tais premissas.

Sobre os debates em torno da economia verde, Arantes afirmou que o Partido assume uma postura de contraposição sobre às ideias defendidas neste debate. Segundo ele, o PCdoB sustenta a ideia de construir o projeto de desenvolvimento com soberania social e ambiental.

Conferência Nacional da Mulher

“Lutar pelos diretos é lutar por soberania”, foi o que defendeu a secretária nacional da Mulher do PCdoB, Liége Rocha ao explicar a importância da realização da 2ª Conferência do PCdoB sobre a Emancipação da Mulher, que acontecerá de 18 a 20 de maio.

Em entrevista, a secretária afirmou que o Partido assume um papel fundamental no processo de construção da Conferência, que não é só das mulheres comunistas, mas de todos os brasileiros.

“Avaliamos todo o processo de construção da Conferência como muito positivo, existe um movimento forte nos estados, o que sinaliza o aprofundamento que as questões relativas à luta emancipatória vem alcançando. O PCdoB acredita que o protagonismo das mulheres é fator decisivo para o avanço das reformas democráticas, tão necessárias para impulsionar o projeto nacional de desenvolvimento que o país almeja e contribuir para se avançar na conquista da equidade”, disse.

Ela também explicou que mesmo que a presença da mulher apareça de forma ascendente, ainda há muito por fazer para extirpar da sociedade o grande mal da desigualdade. “A luta feminina passa pela ampliação dos espaços sociais e políticos e a efetiva participação da mulher nestes. Também passa pela reforma política, pela democratização da mídia. Por entender estas necessidades, o PCdoB tem colocado como uma de suas prioridades a luta emancipatória”, reafirma Liége.

Da Redação do Vermelho,
Joanne Mota