Egito suspende fornecimento de gás a Israel
Neste domingo (22), o governo do Egito anunciou o rompimento de um acordo com Israel para fornecimento de gás natural. De acordo com a Agência Efe, a companhia nacional de gás natural EGAS e a Corporação Geral Egípcia de Petróleo notificaram a EMG da rescisão do contrato por "não cumprir o reembolso do gás comprado".
Publicado 23/04/2012 11:02
De acordo com o diretor da empresa nacional de gás natural do Egito, Mohamed Shoeb, alega que a decisão não tem nenhum componente político.
Em Israel, o site do jornal Haaretz lembrava que o acordo para a venda de gás, considerado um dos pilares da paz entre os dois países, foi alcançado após um acordo político entre seus dois governos.
Israel reagiu imediatamente após o anúncio. "O Egito não entende o que está fazendo. Esta decisão fará o país retroceder política e economicamente. É uma violação do acordo de paz com Israel", disse ao jornal uma fonte próxima à empresa israelense.
O ministro das Finanças de Israel, Yuvai Steinitz, disse que a medida é "muito preocupante", e contradiz um acordo de paz entre israelenses e egípcios. O acordo de gás, com uma duração de 20 anos e assinado em 2005, foi o pilar da cooperação econômica entre ambos países após o acordo de paz de Camp David assinado em 1979. No entanto, desde a derrocada de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011, o gasoduto que unia ambos estados foi alvo de 14 explosões perpetradas por grupos desconhecidos. A provisão estava interrompida desde o último dia 5 de fevereiro, quando o encanamento foi o alvo de um ataque.
Para o ex-ministro de Energia e Água de Israel, Benjamin Ben-Eliezer, “a decisão é política. Uma empresa privada não pode romper um acordo entre dois países sem a aprovação do governo”.
Até 2011, o Egito fornecia a Israel sete bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano, um compromisso que deveria vigorar até 2025 e que incluía uma opção de duplicar essa quantidade se as partes estivessem interessadas.
O presidente da Egas, Muhamad Shawab, alegou que há quatro meses os israelenses não pagam pelo produto. O candidato à Presidência do Egito, Hamdeen Sabahi, do Partido da Dignidade, saudou a decisão através de sua conta no Twitter.
“Esperamos que essa decisão continue a valer para honrar a vontade do povo e manter a integridade nacional do Egito”, escreveu o candidato, espelhando o sentimento público no Egito de repúdio ao acordo comercial com Israel.
Com informações do Ópera Mundi