Direita boliviana manipula protestos, diz MAS

A direção nacional do Movimento ao Socialismo (MAS) rejeitou nesta sexta (4) os protestos da Central Operária Boliviana e do Colégio Médico por considerá-los manipulados pela direita.

Concepción Ortiz, vice-presidente do MAS, expressou, em uma coletiva de imprensa, seu rechaço às mobilizações da Central Operária e dos médicos, porque, claramente, elas estão sendo manipuladas.

Ortiz questionou a demanda da entidade sindical por aumentar o salário mínimo para 8 mil bolivianos (o equivalente a U$ 1.166) e pediu que seus líderes sejam "realistas sobre os aumentos salariais. É preciso pensar que um salário de 8 mil bolivianos pode causar demissões. "

Ao mesmo tempo, ela rejeitou a demanda de médicos contra o Decreto Supremo 1126, que restabeleceu as oito horas de trabalho para o setor. Para Ortiz, quem não quer trabalhar oito horas, que renuncie e trabalhe em seus consultórios particulares.

A vice-presidente do MAS também questionou a legitimidade da marcha organizado pela Confederação dos Povos Indígenas do Oriente Boliviano para protestar contra a Lei de Consulta Prévia sobre a inviolabilidade do Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Sécure.

A consulta é uma via democrática para que os habitantes da região decidam o seu futuro. "Por que não aceitam a consulta? Os povos devem decidir se querem ou não a estrada Por isso eu acho que é uma marcha política dos alojamentos racistas que querem desgastar o nosso governo e o presidente Evo Morales."

Ortiz apelou a todos os grupos envolvidos em quaisquer protestos para que aceitem o diálogo com o governo e apresentem propostas em busca de soluções.

A Central Operária Boliviana ratificou uma greve geral para a próxima semana, apesar de muitas das organizações que a integram terem afirmado que não vão aderir a ela.

Os médicos, por sua vez, entram em sua sexta semana de paralisação, sem que se veja uma solução de curto prazo, enquanto a marcha indígena que deixou Trinidad avança a duras penas sem o apoio que seus líderes previam.

Fonte: Prensa Latina