Caso Celso Daniel: acusados vão a júri em São Paulo

Começa nesta quinta-feira (10), o julgamento dos cinco acusados de assassinar prefeito de Santo André, no ABC Paulista, Celso Daniel (PT). O julgamento acontecerá no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Segundo informações do Fórum, o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, que é Apontado como mandante e está em liberdade, não sentará no banco dos réus, pois apresentou recursos contra a sentença.

Serão julgados agora Ivan Rodrigues da Silva, “o Monstro”; Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, “o Bozinho”; Elcy Oliveira Brito, “o John”; Itamar Messias Silva dos Santos e José Edison da Silva. Eles teriam sido contratados por Sombra, segundo o Ministério Público, para sequestrar e matar Celso Daniel.

Em depoimento, “John” admitiu que foi contratado para matar o prefeito petista. “Monstro” confessou seu envolvimento no crime, já José Edison e “Bozinho” confirmaram participação à polícia, mas negaram em juízo.

Em novembro de 2010 aconteceu a primeira condenação do caso: Marcos Roberto Bispo dos Santos pegou 18 anos de prisão em regime fechado.

Conheça o caso

Então prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT) foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002, quando saía de um jantar. O político foi mantido em cativeiro por dois dias e depois foi morto a tiros.

Na época, as investigações concluíram que o sequestro, seguido de assassinato, de Celso Daniel foi um engano. Porém, a família solicitou a reabertura das investigações ao Ministério Público.

Novas investigações apontaram que a morte do prefeito foi encomendada. Além disso, contradições entre o depoimento de Sombra e as perícias feitas pela polícia lançaram suspeitas sobre o amigo do então prefeito.

Denúncia

Durante o processo, o Ministério Público (MP) denunciou sete pessoas como executoras do crime, sendo que Sombra foi apontado como o mandante do assassinato. Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado – por ter contratado os assassinos, pela abordagem ter impedido a defesa da vítima e porque o crime garantiria a execução de outros.

De acordo com o MP, o empresário fazia parte de um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André que recebia propina de empresas de transporte, mas Celso Daniel teria tomado providências para acabar com a fraude, o que motivou a morte. Ele nega a acusação.

A Justiça decidiu levar todos os acusados a júri popular. Além de Sombra, José Edson da Silva, Elcy Oliveira Brito, Ivan Rodrigues da Silva, Itamar Messias Silva dos Santos e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira serão julgados pela prática de homicídio qualificado (por motivo torpe, mediante paga ou promessa de recompensa e por impossibilitar a defesa da vítima), cuja pena máxima é de 30 anos de reclusão.

Com informações do Portal Terra