Marconi Perillo será investigado por envolvimento com Cachoeira

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta segunda que pedirá a abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), por envolvimento com a organização do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Suspeito de receber pagamentos e de se beneficiar de doações eleitorais da quadrilha, supostamente em troca de favorecimento em contratos públicos, Perillo é o primeiro alvo de um pedido de investigação na corte. Ele próprio se antecipou e, por meio de sua defesa, já havia pedido a apuração dos fatos no mês passado, após a divulgação de informações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, pela imprensa.

Lembrando a solicitação de Perillo, Gurgel não quis, nesta segunda, avaliar as denúncias. "Como o próprio governador se diz interessado em que sejam devidamente apuradas essas notícias, então nós devemos, diante dessa manifestação, pedir ao STJ a instauração de inquérito", afirmou, durante a abertura de um evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília.

Os áudios obtidos pela PF indicam que aliados de Cachoeira fizeram pagamentos dentro do Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, supostamente a Perillo. Também há escutas que mencionam repasses a integrantes do primeiro escalão. A chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, pediu demissão após a revelação de que vazou dados de uma operação policial a Cachoeira, que foi preso pela Polícia Federal numa casa que pertenceu ao tucano.

Em relação ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) que já existe um inquérito em relação a ele, mas "outros fatos podem gerar novos inquéritos".

Gurgel também afirmou que irá pedir informações preliminares à (Controladoria Geral da União), TCU (Tribunal de Contas da União) e ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro sobre contratos da empreiteira Delta, que participaria do esquema de Cachoeira, com o governo carioca.

Segundo o procurador, a apuração sobre suposta relação do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) com a empreiteira ainda está em uma fase preliminar e "não existe iniciativa de instauração de inquérito".

Informações do jornal O Estado de S. Paulo