Filme e exposição nos preparativos da Marcha das Vadias no DF

Foi lançada, nas redes sociais, a Campanha Fotográfica da Marcha das Vadias. Todos os dias, até a data da Marcha, serão divulgadas novas imagens. “A campanha tem tido bastante retorno. Muita gente apoia e algumas criticam. Mas isso é muito normal nesse processo de ressignificação do feminismo. Procuramos responder a todos”, afirma Mel, da direção do movimento feminista.

Inspirada em uma campanha mexicana que abordava a violência contra a mulher, a exposição fotográfica “Feminista por quê?” retrata mulheres brancas, negras, jovens, maduras, sorridentes, sérias, mães, filhas, enfim, mulheres de todos os jeitos, que posaram para responder a essa pergunta a partir de diferentes pontos de vista, que são expressos por frases que acompanham as fotos.

Liberdade sexual, padrão de beleza, violência contra a mulher, igualdade salarial são alguns dos temas abordados. Homens também participaram do ensaio, para demonstrar o seu apoio ao movimento.

Marcha das Vadias

A Marcha das Vadias foi criada no ano de 2011, como resposta a uma palestra para a prevenção de estupro realizada na Universidade de Toronto, no Canadá. O policial que ministrava a palestra pediu que ”as mulheres evitassem se vestir como putas, para não serem vítimas (de estupro)”. As universitárias, indignadas com o comentário, organizaram a primeira Slut Walk (Marcha das Vadias). A luta logo se espalhou pelo mundo, afinal não é só no Canadá que as mulheres são culpabilizadas pela violência que sofrem.

No Distrito Federal, a triste média de duas mulheres sendo estupradas por dia, abriu caminho para a Marcha, que aconteceu no dia 18 de junho de 2011. Na época, cerca de duas mil pessoas percorreram o centro da cidade para pedir respeito às mulheres. As organizadoras acreditam que neste ano a manifestação pode reunir ainda mais gente e estão intensificando o convite nas outras regiões administrativas do DF.

Apesar do nome da Marcha ter sido motivo de polêmica, as mulheres do Coletivo resolveram mantê-lo aqui em Brasília. “Toda mulher já foi ou será chamada de vadia um dia. Para isso, basta que ela tenha uma atitude mais assertiva diante de um comportamento opressor. Por isso, não vamos nos constranger diante desse termo. Vamos nos apropriar dele”, comenta Bruna.

Serviço
Mostra do Filme “Marcha das Vadias” 10 de maio, às 20h, no Museu Nacional
Marcha das Vadias – 26 de maio de 2012 às 13h, no Conic (ao lado do Conjunto Nacional)

De Brasília
Márcia Xavier