Mujica: Na América Latina se decidirá o futuro da humanidade

A América Latina é hoje o continente do futuro e aqui se decidirá o futuro da humanidade, afirmou o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, em declarações transmitidas pelo canal Venezolana de Televisión.

O mandatário uruguaio falou desse e de outros temas durante uma entrevista em sua residência em Montevidéu, Uruguai, com o jornalista Mario Silva, apresentador do programa La Hojilla (A Navalha), transmitido diariamente por essa emissora venezuelana.

Mujica aludiu à crise econômica que afeta os Estados Unidos e países europeus, e considerou que "os latino-americanos não andamos tão mal como estávamos acostumado" em situações como esta, ainda que – sentenciou – "vamos ter que enfrentar algumas últimas chicotadas".

Em suas declarações, enfatizou a necessidade da massificação da cultura e o conhecimento como requisito indispensável para construir sociedades melhores. Em relação a isso, afirmou que não nos podemos permitir o luxo de fracassar no âmbito econômico e considerou que o grande desafio é substituir o esquema capitalista.

Sociedade justa e desenvolvida

Referiu-se aos países latino-americanos que tratam de melhorar as condições de vida de seus povos e disse que existem entre eles enormes coincidências, mas ninguém tem a receita absoluta para construir uma sociedade mais justa.

"No entanto, como chegamos tarde, quando já na Europa e outras regiões já estavam desenvolvidos e industrializados, temos a vantagem de aprender dos erros que cometeram outros", disse. "Não sabemos muito bem o que devemos fazer, mas temos muito claro o que não devemos fazer", sentenciou.

Interrogado sobre as ameaças que recaem sobre a região provenientes dos Estados Unidos, considerou que um setor reacionário desse país sempre promoverá essas medidas. Precisamos, afirmou, que os Estados Unidos sejam mais democráticos e que respeitem as diferenças.

Aludiu igualmente a instituições regionais como a Organização de Estados Americanos (OEA) ou a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos: "Deveríamos tentar criar novas instituições mais coerentes com nossas realidades", comentou o mandatário uruguaio.

Fonte: Prensa Latina