Jamil visita complexo de saúde para dependentes químicos

Vereador defendeu uma ampla rede de atendimento com especial atenção para a esfera social

Jamil atividade comissão de saúde - Acervo gabinete Jamil Murad

“Aqui, sinto o meu vazio sendo preenchido”. Esta foi a definição dada por um morador de rua de 34 anos que procurou o Complexo Prates, no bairro do Bom Retiro, para buscar uma saída para sua dependência química. “Antes, eu dormia na rodoviária e não tinha o que fazer. Agora, tenho acompanhamento e atividades e assim, posso aprender coisas novas e melhorar minha vida”, conta o paranaense de Londrina enquanto navega na internet. O depoimento foi dado a integrantes da Comissão de Saúde da Câmara Municipal que, nesta quarta-feira, 16, visitaram o espaço aberto em março, por conta da celebração, no dia 18, do Dia Nacional de Luta Antimanicomial.

“É gratificante ouvirmos pessoas dizendo que usavam drogas e que deixaram ou estão há algum tempo sem sentir necessidade de usar. Esse tipo de equipamento público é interessante porque coloca o dependente como protagonista de sua própria recuperação e lhe dá liberdade para buscar seus caminhos”, diz o vereador Jamil Murad (PCdoB), presidente da Comissão.

Desde quando presidia a Comissão de Direitos Humanos, período em que ganhou força o debate sobre o enfrentamento ao crack e eram debatidas soluções extremas como a internação compulsória, Jamil defende que a saída para o problema depende de uma ampla rede de atendimento médico-psicológico com uma especial atenção para a esfera social.
“Sempre defendi que a saída não é uma questão de segurança pública. O policiamento deve combater o tráfico especialmente através de ações de inteligência. O poder público tem que investir numa rede assistencial e para isso é preciso a união dos governos municipal, estadual e federal”, argumentou.

“Eu poderia sair daqui agora e ir lá fora buscar álcool ou alguma outra droga, mas não vou porque não quero”, disse outro usuário ouvido pelos parlamentares. O Complexo Prates fica aberto 24 horas por dia e uma das filosofias aplicadas é a de não obrigar ninguém a ficar em suas dependências. Dessa maneira, o usuário que escolhe ficar tende a se dedicar com mais afinco à sua própria recuperação. “Não é nada fácil. No começo a gente sente muita falta, mas depois fica mais fácil. No começo, não acreditava que meu tratamento aqui daria certo, mas está dando”, completou o mineiro de 39 anos.

O local oferece tratamento médico e psicológico, espaço de convivência, biblioteca, sala de informática, dormitórios, refeitórios e local para trabalhos manuais, como a horta sob responsabilidade do professor Cláudio Buzzo. “É muito bacana porque os alunos se interessam e interagem bastante durante as aulas”, diz.

O Complexo Prates conta com centro de acolhimento com Espaço de Convivência Dia para Adultos, abrigo para menores, Centro de Acolhida 24 horas, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas e AMA 24 horas. Segundo informações da Prefeitura, responsável pelo espaço, a capacidade de atendimento do Espaço Dia é de 1.200 pessoas. Já o Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Abrigo) oferece 20 vagas, enquanto Centro de Acolhida para Homens 24 horas tem 120 leitos.

De acordo com a Secretaria de Saúde do município, a rede de atendimento da Prefeitura dispõe de 416 leitos destinados exclusivamente para a dependência química, sendo 80 em sua clínica própria, o Serviço de Atenção Integral ao Dependente (SAID), e 336 em comunidades terapêuticas. Existem hoje 1.421 leitos de internação psiquiátrica (incluindo os de dependência), e todos esses podem receber pacientes para tratamento da dependência química. A rede conta ainda com 23 Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Fonte: www.jamilmurad.com.br