Agência da ONU diz que Irã quer negociar; EUA ampliam sanções

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, disse nesta terça (22) que está próximo um acordo com as autoridades iranianas para a retomada das negociação sobre o programa nuclear desenvolvido na região e para a fiscalização externa das usinas no país. Mesmo assim, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma lei que estabelece novas sanções econômicas ao país.

“Decidimos, [Said] Jalili [negociador nuclear iraniano] e eu, um acordo relativo a uma abordagem estruturada para acabar com as incertezas em relação à natureza do programa nuclear iraniano”, disse Amano, que na segunda (21) esteve em Teerã, capital do Irã, para conversar com as autoridades.

Segundo Amano, o negociador iraniano disse que “as diferenças existentes não serão um obstáculo ao acordo”. No entanto, ele não informou que detalhes são esses. Para ele, a visita ontem com mais dois inspetores da AIEA representa um avanço nas negociações.

“O importante é que pude falar diretamente aos dirigentes no Irã e compreendemos melhor as nossas posições”, disse Amano, sem entrar em detalhes, mas informando que há abertura para retomar as inspeções nas usinas nucleares do país, que foram impedidas de ser fiscalizadas no ano passado.

A partir de amanhã (23) o programa nuclear iraniano é tema de duas reuniões, em Bagdá, no Iraque. Participarão das discussões representantes do grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China e a Alemanha) e do Irã.

Potências ocidentais têm pressionado o Irã a abandonar seu programa nuclear, afirmando que ele pode vir a ser uma ameaça, mas o país nega qualquer finalidade bélica, afirmando que seu programa tem fins pacíficos.

Sanções

Às vésperas desses dois encontros, e a pesar de a agência da ONU ter confirmado a disposição de Irã de conversar para pôr fim às alegadas dúvidas das potências ocidentais, o Senado dos EUA aprovou uma lei com mais sanções econômicas ao Irã.

A lei, que já foi aprovada pela Câmara dos Representantes, reforça as medidas adotadas pela Casa Branca, como a proibição de negócios com empresas vinculadas à Guarda Revolucionária iraniana.

A nova lei também restringe ainda mais a concessão de vistos a iranianos ligados ao governo e inclui sanções aos indivíduos e empresas que forneçam produtos como gás lacrimogêneo, balas de borracha e equipamentos de vigilância.

O senador Bob Menéndez (Partido Democrata) disse que a medida é uma forma de enviar uma mensagem ao governo iraniano de que “não poderá comprar tempo” com o processo de diálogo e que isso pode causar um maior isolamento econômico. A declaração deixa clara a postura norte-americana de se fechar às conversas e apostar na pressão.

Com Agência Brasil