Correa critica ingerência americana em entrevista com Assange

O presidente do Equador, Rafael Correa, reiterou nesta terça-feira (22) as denúncias contra a ingerência dos Estados Unidos durante uma entrevista via Internet com Julian Assange, em seu programa "O mundo de manhã", transmitido pela emissora Russia Today.

Os meios de comunicação do Equador reproduziram fragmentos deste novo capítulo da série de entrevistas de Assange, que estreou no portal da RT em 17 de abril, quando se cumpria 500 dias do bloqueio financeiro ao WikiLeaks.

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"Veja, como diz o presidente boliviano Evo Morais, o único país que pode estar seguro que nunca vai ter golpes de estado são os Estados Unidos, porque não têm embaixada estadounidense", foi a frase utilizada por Correa ao iniciar sua entrevista com o criador do WikiLeaks.

Em resposta a uma pergunta de Assange sobre o tema da base de Manta fechada por Correa, a resposta foi cortante: "Mas você aceitaria uma base estrangeira em seu país, Julian?".

"Se o assunto é tão simples, se não há nenhum problema em ter uma base estadunidense no Equador, perfeito. Nós podemos dar a licença para instalar essa base, desde que dêem-nos também licença para instalar uma base militar equatoriana em Miami", comentou Correa.

Ao introduzir Assange o tema dos telegramas vazados pelo Wikileaks sobre a ingerência do Governo estadunidense através de sua Embaixada em Quito, Correa respondeu que seu governo não tem nada que ocultar.

"O WikiLeaks nos fortalece porque as grandes acusações da Embaixada eram o excessivo nacionalismo e a defesa da soberania do Governo equatoriano. E naturalmente somos nacionalistas e, lógico, defendemos a soberania do país.

Ante uma pergunta sobre a imprensa e a liberdade de expressão, Correa respondeu: "Você é uma muito boa mostra de como é a imprensa e a Sociedade Interamericana de Imprensa, que não é outra coisa que um clube de donos de jornais na América Latina".

No caso de Equador, agregou, ficou demonstrado de forma descarda como os meios não publicaram os telegramas que os prejudicavam, por exemplo, disputas entre grupos de comunicações e, no final, chegam a um acordo de não publicar seus trapos sujos para não se fazer dano.

Fonte: Prensa Latina