Ex-diretor de Kassab compra 106 imóveis em 7 anos
O ex-diretor responsável pela aprovação de empreendimentos imobiliários de São Paulo, recentemente demitido pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), adquiriu 106 imóveis nos poucos mais de sete anos em que esteve no cargo. É o que informa a reportagem de Evandro Spinelli e Rogério Pagnan no vídeo abaixo.
Publicado 06/06/2012 16:56
Com renda mensal declarada de R$ 20 mil, entre rendimentos de aluguéis e salário bruto na prefeitura de R$ 9.400 (incluindo uma aposentadoria), Hussain Aref Saab, 67, acumulou, de 2005 até este ano, patrimônio superior a R$ 50 milhões. São pelo menos 118 imóveis incluindo 24 vagas de garagem extras.
A explosão patrimonial de Aref, como é conhecido, foi identificada pela Folha em levantamento feito nos últimos 45 dias em cartórios da Grande São Paulo, do litoral e parte do interior do Estado.
Entre seus imóveis há, por exemplo, meia dúzia de apartamentos num prédio com vista para o Parque Ibirapuera. Esses imóveis estão estimados, no total, em R$ 4 milhões.
Na justiça
A juíza Maricy Naraldi, da 14.ª Vara da Fazenda Pública, negou em 22 de maio o pedido da defesa de Hussain Aref Saab, de 68 anos, para anular a investigação movida pela Corregedoria do Município de São Paulo contra seu cliente. Aref é suspeito de enriquecimento ilícito. Ele e outros quatro funcionários da Secretaria Municipal da Habitação estão sob investigação do órgão da Prefeitura e do Ministério Público Estadual.
O mandado de segurança impetrado pelos advogados Sebastião Boto de Barros e Sérgio Rabello Tann Renault argumentava que uma denúncia anônima não pode ter validade jurídica. Os advogados pediam a anulação de todos os depoimentos prestados à Corregedoria e a falta de validade dos documentos apreendidos no departamento que era comandado por Aref
A juíza considerou válida a denúncia anônima e manteve o andamento da investigação. "A denúncia anônima é admitida em nosso ordenamento jurídico, sendo considerada apta a deflagrar procedimentos de averiguação. Eventual nulidade do processo administrativo exige a respectiva comprovação do prejuízo sofrido, o que não restou configurado".
Os advogados pretendem apresentar um novo pedido de anulação.
Da redação, com agências
Matéria atualizada em 11/06/2012 às 20h41