Rússia acusa EUA de quererem aprovar lei contra o país

A votação que ocorrerá nesta terça-feira (19) no comitê internacional do Senado estadunidense sobre a "lei Magnitsky" é vista pela Rússia como um gesto abertamente antirruso e nocivo para o desenvolvimento dos vínculos bilaterais.

O projeto do senador Benjamín Cardin para uma interpretação mais ampla da lei citada busca assegurar a Washington uma forma de aplicar sanções à Rússia quando o país do norte não estiver satisfeito com sua política exterior, comentou uma fonte do Kremlin.

Essa lei está relacionada com o caso do advogado Serguei Magnitsky, que trabalhava para o fundo Hermitage Capital Manegment e morreu em novembro de 2009, por doenças crônicas em uma prisão da capital.

Magnitsky foi acusado de evasão fiscal, mas a imprensa russa considera que ele tinha descoberto um esquema de corrupção dos órgãos judiciais.

Cardin apresentou uma lista de servidores públicos russos, cujos nomes se nega a revelar, que serão proibidos de entrar nos EUA e terão suas contas bancárias neste país congeladas.

Além disso, a proposta do senador pretende ampliar a aplicação da lei aos casos, nos quais Washington considere existir alguma forma de desrespeito aos direitos humanos, destaca a imprensa russa.

Relações bilaterais

Nesse sentido, o assessor do presidente russo Yuri Ushakov advertiu que seu país colocará em prática medidas drásticas caso essa legislação seja aprovada.

Também criticou as tentativas de vincular a aprovação da denominada lei Magnitsky à eliminação oficial da emenda Jackson Venic, que limita a atividade comercial com os Estados Unidos, ainda que desde 1989 se mantenha uma moratória sobre ela.

Da mesma forma que a Emenda Jackson-Venic pressionou negativamente durante anos as relações bilaterais, a lei Magnitsky também introduz outro elemento nocivo permanente para esses vínculos, declarou Ushakov.

Por sua parte, o plenipotenciário russo para os direitos humanos, Konstantin Dolgov, lembrou Washington sobre os casos do empresário Viktor But e de ex-piloto Konstantin Yaroshenko, julgados nos Estados Unidos, e segundo Moscou com provas duvidosas.

Dolgov denunciou também a precária situação de várias crianças russas adotadas por famílias norte-americanas.

Fonte: Prensa Latina