Diálogo entre Brasil e África contribui para o combate à fome

A partir desta segunda-feira (2) representantes de cinco países africanos se reúnem em Brasília para conhecer as experiências brasileiras de segurança alimentar e nutricional. Até sexta-feira (6), acontece o 1º Seminário Internacional do projeto de cooperação PAA Africa (Purchase from Africans for Africa), um ciclo de trocas de experiências entre o Brasil e os países africanos Moçambique, Senegal, Etiópia, Malauí e Niger.

Diálogo entre Brasil e África contribui para o combate à fome - www.wfp.org/photos

Esses países estão interessados em formular suas próprias políticas de compras locais de alimentos, aliadas ao desenvolvimento da agricultura familiar e ao acesso a alimentos.

O PAA Africa é um programa de Cooperação Humanitária idealizado em 2010 durante reunião entre o Governo Brasileiro e organizações internacionais para discutir a cooperação entre Brasil e África em segurança alimentar e desenvolvimento rural.

Segundo a Secretária de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, Maya Takagi, "o acordo de cooperação entre o Brasil e a África para a implementação do PAA em países africanos demonstra que políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar são fundamentais para a garantia da segurança alimentar e nutricional da população, a exemplo do vem ocorrendo no Brasil nos últimos anos".

O PAA Africa se divide em dois componentes: o primeiro se insere na política de ajuda humanitária do Brasil para incentivar compras locais de alimentos e assim permitir que países pobres possam elaborar projetos pilotos inspirados na experiência brasileira do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e em outras iniciativas internacionais.

Já o segundo componente se refere a módulos de treinamento e aprendizado que envolverá consultores brasileiros e parceiros africanos no desenho e implementação de projetos de compras locais.

Na agenda do Seminário estão previstas reuniões com gestores brasileiros para apresentações das diversas experiências em segurança alimentar e nutricional em Brasília, além de visitas às escolas públicas e agriculturas no estado de Alagoas para conhecer de perto a relação entre agricultura familiar e programas de compras públicas.

“Experiências de compras locais de alimentos destinados a programas como a alimentação escolar podem enriquecer o debate entre o Brasil e governos africanos sobre a promoção do direito à alimentação” lembra Daniel Balaban, Diretor do Centro de Excelência contra a Fome do PMA. O PMA é a maior agência humanitária do mundo lutando contra a fome. A cada ano, o PMA alimenta em média mais de 90 milhões de pessoas em mais de 70 países.

“As compras locais têm o potencial de apoiar os agricultores familiares a desenvolverem sua produção a partir da promoção de oportunidades de mercado a preço justo, além de oferecer alimentos que fazem parte dos hábitos alimentares locais para as populações em insegurança alimentar”, avalia o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, Hélder Muteia.

Da Redação de Brasília