EUA ameaçam Equador com sanções por relações com Irã

Os Estados Unidos estão ameaçando o Equador com a possibilidade de aplicar-lhe sanções econômicas, por conta de acordos financeiros e cooperações comerciais do país latino-americanos com o Irã. O novo embaixador norte-americano no país, Adam Namm, disse que representantes do Tesouro dos EUA já se reuniram com funcionários do governo de Rafael Correa para reforçar as penalidades que “paises que negociam com o Irã” podem vir a sofrer.

Há três meses, até mesmo o presidente do Diretório do Banco Central do Equador, Pedro Delgado, viajou a Washington para conhecer os detalhes em torno das sanções que os EUA estão aplicando sobre parceiros comerciais do governo de Mahmoud Ahmadinejad.

Namm esclarece que seu país possui leis e que, caso o Equador ou uma instituição financeira qualquer as infrinja, “haverá penalidades”. “Suponho que o Equador está agora bem informado”, acrescentou, ressaltando que é possível que o país não vá tentar “burlar” o pacote de restrições econômicas aplicado sobre Teerã.

Mahmoud Ahmadinejad esteve em Quito no último mês de janeiro, quando percorreu a América Latina estreitando relações comerciais e diplomáticas com as autoridades da região.

O Equador “pode ter relações com o país que quiser”, mas, “para os Estados Unidos, o Irã não está cumprindo com as normas nucleares do mundo”, justificou Namm. Para o diplomata, essas seriam as únicas razões pelas quais Teerã acabou sancionada pelas Nações Unidas.

Apesar de os Estados Unidos apontarem um caráter belicista no programa nuclear iraniano, o país nega tal finalidade, afirmando que desenvolve o programa com objetivos civis e pacíficos. Vale lembnrar que os Estados Unidos iniciaram uma guerra contra o Iraque, sob o pretexto de que o país possuía armas nucleares, que, após anos de bombardeios, nunca foram encontradas.

A Comissão de Relações Internacionais da Assembleia Nacional do Equador analisa atualmente a ratificação de um acordo comercial com o Irã. Também a companhia estatal Petroecuador planeja colaborar com o setor petrolífero do Irã, que, por sua vez, pretende financiar parte da construção de uma refinaria na costa equatoriana.

Em maio de 2011, os Estados Unidos impuseram sanções à estatal petrolífera venezuelana PDVSA pelas mesmas razões pelas quais ameaçam agora o Equador.

Ainda que não tenha impedido Caracas de manter suas importações e exportações de petróleo com o Irã, Washington encerrou os contratos públicos que mantinha com a empresa e cortou todos os seus canais de financiamento para atividades de extração petrolífera no país.

Com Opera Mundi