Rússia nega que esteja discutindo receber Assad

A Rússia desmentiu rumores de que estaria discutindo a possibilidade de receber o presidente sírio, Bashar al-Assad. Um importante assessor do presidente Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (19), que não tem qualquer conhecimento de planos para a saída de Assad da Síria – uma especulação alimentada pela oposição.


foto: brazilianbubble

O assessor de política externa Yuri Ushakov disse a repórteres que Putin, em conversas com o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, e com o presidente dos EUA, Barack Obama, na quarta-feira, não discutiu o destino de Assad caso ele deixe a Síria – o que ainda não passa de uma especulação. 

"Não sei, não ouvi nada sobre isso", disse Ushakov, ao ser perguntado se Assad poderia ir para a Rússia, aliada de longa data do presidente sírio. 

Assad não apareceu em público e nem fez qualquer declaração desde a explosão em Damasco que matou seu cunhado, seu ministro da Defesa e um importante general, na quarta-feira. Após o ataque, forças do governo ampliaram a ofensiva contra os rebeldes.

Fontes da oposição e um diplomata ocidental disseram que Assad está na cidade litorânea de Latakia, comandando a resposta do governo ao ataque.

O recrudescimento das investidas dos grupos armados contra o governo Assad levou a especulações de que ele poderia pedir refúgio no exterior – possivelmente na Rússia, que já vetou esforços ocidentais de aumentar a pressão sobre o presidente sírio. Tais boatos têm sido estimulados por integrantes da oposição, que busca ampliar a tensão no país.

Ontem vários adversários do presidente chegaram a afirmar terem visto o avião de Assad levantar voo do aeródromo militar de Mezzeh.Também um porta-voz da oposição espalhou a notícia de que Assad teria sido ferido, o que não foi confirmado por nenhuma outra fonte.

Apesar da pressão que algumas potências pretendem impor ao presidente da Síria, Putin e outras autoridades russas afirmam que a saída de Assad do poder só pode acontecer através de um diálogo político interno, uma decisão tomada pela própria Síria e, não, por meio da ingerência. Dessa forma, a Rússia avalia que esta não pode ser uma precondição para negociar o fim do conflito.

Com Reuters