Bob Dylan lança novo álbum Tempest em 11 de setembro deste ano

Tempest, o 35º álbum da carreira do cantor de folk americano, Bob Dylan, chegará ao mercado no dia 11 de setembro deste ano. Entre as 10 faixas inéditas, "Early Roman Kings", que já pode ser ouvida em um trailler de um seriado estadunidense. Ele que sempre foi um pacifista e símbolo dos movimentos nos EUA, nos anos 1960, agora vem sendo agraciado pelo governo estadunidense, de quem recebeu a a "Medalha da Liberdade", maior honraria do país concedida a um civil.

Seria um mero reconhecimento do governo norte-americano sobre a importância cultural da obra de Bob Dylan? Não foi algo inesperado, já que o cantor vem colecionando prêmios na última década, como, em 2008, quando ganhou um Pultzer por "seu profundo impacto na música popular e na cultura americanas, marcado pelas composições líricas de extraordinário poder poético". Mas, há quem diga que a Casa Branca esteja pretendendo silenciar quem sempre lutou pela paz.

Nos anos 2000, o músico experimentou um renascimento na carreira, com uma série de álbuns elogiados por crítica e público. O mais recente disco de Dylan, "Together through life", foi seu primeiro a estrear em primeiro lugar nos EUA e no Reino Unido. Já "Modern times", de 2006, é um dos mais populares da longa carreira. O disco vendeu mais de 2,5 milhões de cópias em todo o mundo e lhe rendeu dois Grammys.

Em recentes entrevistas, o cantor afirmou que tentou fazer um disco com ares religiosos. No entanto, ele mesmo previne que tudo o que conseguiu foram canções que falam de amor, vingança e uma homenagem ao cantor John Lennon, em "Roll On, John".

Aos 71 anos, seu novo trabalho marca o 50º aniversário de seu disco de estreia – Bob Dylan (1962), com versões de clássicos da música folk e duas músicas de autoria do compositor, "Song to Woody" e "Talkin' New York". Mas, não foi com esse disco que o cantor se consagrou. Foi com “The Freewheelin' Bob Dylan”, que trouxe o "hino" “Blowin’ in the wind”.

Além das composições autorais, Dylan assina a produção deste novo álbum como Jack Frost, um pseudônimo que já havia usado em Under The Red Sky (1990) e em seus discos Time Out of Mind (1997), Love and Theft (2001), Modern Times (2006), Together Through Life (2009) e o prévio Christmas in the Heart (2009).

Apesar de ainda se conhecer muito pouco sobre a nova obra, especula-se que o artista abusa da instrumentação mexicana. O músico David Hidalgo, da banda Los Lobos, é um dos colaboradores de Tempest.

Apesar do chamego de Washington e das calorosas críticas feitas na grande imprensa ao cantor, que podem significar apenas o fascínio da opinião pública por sua obra, fiquemos com o que Dylan tem de melhor: o sentimento profundo pelas pessoas, traduzidos em letras e melodias, e sua voz marcante.

"O que me chamou tanto a atenção foi seu comportamento, especialmente capturado em uma das músicas que cantou, “With God on Our Side”: reservado, inteligente, um forte senso de independência e o comum combinado ao diferente. Essa pessoa havia experimentado o mesmo que todas as outras, mas não era igual a mais ninguém. E claro que eu não consegui entender o nome quando Joan Baez o introduziu ao palco", declarou o renomado crítico cultural Greil Marcus, em entrevista à revista Cult. Marcus é autor Bob Dylan by Greil Marcus – Writings 1968-2010 (Escritos 1968-2010), uma coleção de ensaios, crônicas e impressões sobre Dylan, escritos ao longo de 40 anos e publicados em revistas como Interview, Creem e Rolling Stone. Antes disso, já havia escrito Like a Rolling Stone (Companhia das Letras), uma argumentação sobre a canção de mesmo titulo, que mudou a forma de se fazer música no mundo.

As músicas de "Tempest" são:

"Duquesne Whistle"

"Soon After Midnight"

"Narrow Way"

"Long and Wasted Years"

"Pay In Blood"

"Scarlet Town"

"Early Roman Kings"

"Tin Angel"

"Tempest"

"Roll On John"

Ouça a canção "Early Roman Kings":

Deborah Moreira, com agências