Renildo defende economia criativa para desenvolver Olinda

O candidato do PCdoB à Prefeitura de Olinda, Renildo Calheiros, aposta na economia criativa como saída para o desenvolvimento da cidade. As áreas atacadista e de serviços também são prioridades na atração de investimentos. No setor da saúde, o candidato pretende implantar mais duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), uma no bairro de Peixinhos e outra em Águas Compridas. Confira abaixo a entrevista.

renildo calheiros

G1: No seu plano de governo, o senhor fala que pretende fomentar novos modelos de negócios na cidade para fortalecer a economia local. Como seria feito isso?
Renildo Calheiros: Olinda é uma cidade com problemas de cidade grande e arrecadação de cidade pequena. Olinda já foi rica. No passado, tinha muitas indústrias, mas essa área industrial de Olinda hoje pertence a outros municípios, que eram, no passado, distritos da cidade de Olinda. E essa economia que vai surgindo em Pernambuco e no mundo, você não pode trazer aqui para Olinda uma refinaria de Petróleo, uma montadora de automóvel, uma siderúrgica.

Você precisa ir encontrando um novo perfil econômico de Olinda. Ela não pode ser uma cidade dormitório. Nós estamos buscando o que hoje se chama de economia criativa, que é essa economia que gera muitos negócios, muitos empregos, e ocupa geograficamente um espaço pequeno. Fortalecendo essa vocação de Olinda, já como polo médico e como área de serviços. Todos os grandes atacadistas já estão em Olinda, estão vindo para cá concessionárias de automóveis, que não existiam no passado.

Olinda, em setembro, vai anunciar o seu shopping center, que será construído ali em Casa Caiada. Olinda vai ter agora duas escolas técnicas, uma no 7º GAC (Grupo de Artilharia de Campanha), ali do lado da [escola] Argentina Castelo Branco, negociamos aquele terreno com o Exército. E outra em frente àquele conjunto chamado Vaticano, que tem ali em Casa Caiada, na proximidade de Jardim Fragoso. São duas escolas técnicas para formar essa nova mão de obra da cidade e inserir Olinda nessa nova economia.

G1: O plano fala também em ampliar a oferta de unidades de serviços de saúde. Quantas unidades a cidade tem hoje e quantas o senhor pretende abrir?

Renildo: Nós temos várias unidades em situações distintas. Temos 56 PSFs (Postos de Saúde da Família) e três PACs, que são PSFs mas sem ter a equipe completa. Desses PSFs, uma boa parte deles tem dentista. Nós temos sete policlínicas na cidade. Temos uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que foi construída numa parceria com o governador Eduardo Campos, na PE-15.

Aprovamos uma UPA no PAC, que será construída em Rio Doce, e eu estou lutando ainda por mais duas UPAs, uma para Peixinhos e outra para Águas Compridas. Nós estamos ampliando a maternidade Brites de Albuquerque. Ela já foi reformada, trabalha hoje com 25 leitos e nós vamos levá-la para 50. E o governador arranjou outro recurso para a construção de 30 leitos de UTI pré-natal na Brites de Albuquerque, ela vai ter um total de 80 leitos. E nós temos o Tricentenário, que é como se fosse um hospital do município, porque ele é 100% SUS, ele é 100% conveniado com o município de Olinda.

Então nós temos muitas unidades de saúde, o grande desafio é você ter a quantidade de médicos suficiente para que todas essas unidades de saúde funcionem em plenas condições. O Brasil forma menos médicos do que o tamanho da rede de saúde que ele tem. Não é só no SUS, na própria iniciativa privada também. Você vê que quem paga plano de saúde hoje, mesmo pagando caro, está com dificuldade de marcar as consultas com os médicos.

G1: Rodrigo Cruz, um internauta, pergunta qual o plano do senhor para evitar a extorsão por parte dos flanelinhas nas vias públicas e também na beira-mar?
Renildo: Nós estamos organizando esse setor na cidade. Recentemente, enviei à Câmara de Vereadores um projeto de lei, a Câmara aprovou, eu já sancionei. Nós estamos regulamentando a atividade do chamado guia nativo. Há uma lei federal que nos dá amparo para isso. Agora o nosso guia nativo será treinado, qualificado. Inclusive, vai estudar línguas, porque Olinda recebe muitos turistas de fora do Brasil, e agora nas proximidades da Copa do Mundo isso tende a se intensificar.

Estamos com um plano ousado de estruturação de estacionamentos na cidade. Nós queremos todos os estacionamentos organizados. Nós não queremos desempregar ninguém, mas nós queremos capacitar e treinar as pessoas. Porque como Olinda é uma cidade que já gera poucos empregos, nós temos que aproveitar aquelas atividades que as pessoas sabem fazer, treiná-las e oferecer ao cidadão, ao usuário, garantia e segurança. Esse é o esforço que nós estamos fazendo.

Ao longo da orla, estão sendo construídos vários estacionamentos. E as ruas que saem na orla, as transversais, todas as que têm largura, que comportam, nós estamos também construindo estacionamentos. Isso vai até a ponte do Janga. Porque nós estamos urbanizando a orla de Olinda até a ponte do Janga. Vai ter uma avenida, que vai seguir até a ponte do Janga, ali em Rio Doce. Com 11 quiosques, com banheiros masculino e feminino, que serão construídos nesses quiosques, para a gente resolver o problema de infraestrutura da orla. E isso é só parte do projeto. Porque no ano que vem, se Deus quiser, nós vamos iniciar o projeto de engorda da orla de Olinda, que é aquele grande projeto que vai pegar Paulista, Olinda, Recife e Jaboatão, onde a nossa orla vai passar a ter 40 metros de praia, toda ela.

Fonte: G1