Pai que perdeu filha de 3 meses contesta Hospital Alvorada do DF

A família de Sophia registrou um boletim de ocorrência na 1ª delegacia solicitando investigação sobre suposto atraso no diagnóstico e um possível descumprimento das normas do protocolo de informação sobre suspeita do vírus da gripe A. A Polícia Civil do Distrito Federal abriu inquérito para apurar a morte. Em nota, o Alvorada alega que a bebê deu entrada às 2h48 de terça, vindo de outro hospital privado[ o Santa Helena, que não aceitou o convênio do pai, o Unimed-Rio], em uma ambulância, e que chegou em "estado gravíssimo", tendo sido prontamente admitido na UTI Neonatal e Pediátrica.

Leia na ítegra a nota de Paulo Araújo:

“Amigos e amigas, a afirmação de que nós não informamos querermos internar Sophia na UTI do Hospital Santa Helena é uma mentira criminosa, pois minha companheira Joyce tentou sim internar nossa filha para que fosse salva. Sophia foi estabilizada na emergência do Santa Helena, mas o hospital não realizou qualquer exame para chegar algum diagnóstico.

Volto a afirmar que pagamos TODAS as despesas, tenho as notas fiscais, e fomos obrigados a transferir Sophia para o Hospital Alvorada. No Hospital Alvorada um dos absurdos foi minha filha ter realizado exame de sangue no começo da madrugada e somente as 18:00h o resultado ser enviado para a UTI. Como pode isso, um paciente “gravíssimo”, como os hospitais informaram em nota à imprensa, ficar tanto tempo esperando um resultado de exame de sangue? Como se transfere um paciente “gravíssimo” de um hospital a outro sem qualquer exame prévio na busca de um diagnóstico? No mínimo, os hospitais Santa Helena e Alvorada, fizeram minha filha perder tempo na luta contra alguma doença que a atacou.

Deixo registrado novamente que Sophia somente fez um quadro de pneumonia depois de internada na UTI do Alvorada. O primeiro Raio X, realizado já no mesmo hospital, afastou hipótese de pneumonia. Outra informação FALSA dada pelo Alvorada é a de que minha filha teve parada-cardiorrespiratória, pois tenho exame realizado no próprio Alvorada onde foi constatado que Sophia não tinha problema no coração. Alguém está mentindo nessa história. Sobre a hipótese de H1N1, quando levantada, fui SIM orientado pelo médico a adquirir o remédio Tamiflu, pois o Hospital Alvorada não tinha em seu estoque.

Por enquanto estou apenas fazendo perguntas, tendo como base fatos vividos por nós, bem como informações contidas nos prontuários de ambos os hospitais já em minha posse, que serão entregues ao delegado responsável pelo inquérito.

Peço que me ajudem a divulgar os vídeos sobre o caso e assim os órgãos que fiscalizam o setor de saúde como um todo e também as entidades de classe como CRM e Coren, passem também a investigar, dentro de suas competências”.

Outros casos

Não é a primeira vez que que casos como este ocorrem em Brasília. Em janeiro, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira,morreu devido a um infarto no miocárdio, após procurar atendimento em três hospitais particulares do Distrito Federal: o Santa Lucia, o Santa Luzia e o Hospital Planalto, onde Duvanier recebeu atendimento e morreu.

Em fevereiro, Marcelo Dino (13), filho do presidente da Embratur, Flávio Dino, morreu após o agravamento de uma crise asmática no dia 14 de fevereiro no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, um dia depois de ser internado. Em abril, a Polícia Civil do Distrito Federal indiciou por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) a médica Izaura Costa Rodrigues, responsável pelo atendimento de Marcelo Dino.

Da redação com agências