Dia da Raça: Milhomen destaca luta atual dos negros no Brasil  

O deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP) fez um longo discurso no plenário da Câmara nesta terça-feira (4) para chamara atenção para a data que se comemora o Dia da Raça – 5 de setembro. Em sua fala, o parlamentar lembrou as lutas passadas e presentes da população negra e quilombolas para conquistar os seus direitos e igualdade de oportunidades dentro da sociedade brasileira.

Dia da Raça: Milhomen destaca luta atual dos negros no Brasil

 O deputado quer igualdade de oportunidades para negros e pardos.O deputado destacou as centenas de anos em que a população negra foi discriminada, desvalorizada, embora tenha contribuído para o desenvolvimento do país. “Nós precisamos dar, nesse dia 5 de setembro, a visibilidade necessária para o Estatuto da Igualdade Racial, porque ele representa muito”, afirmou.

“Lembro que houve uma luta no Congresso para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, cuja sanção ocorreu em outubro de 2010. Foi uma luta incansável, de vários companheiros e várias companheiras parlamentares, da sociedade civil quilombola, que esteve presente nesta Casa, diversas vezes, das representações intelectuais da população negra do País, dos magistrados, que fizeram com que pudéssemos concluir esse grande debate, que durou anos no Congresso Nacional”, disse ainda Milhomen (foto ao lado).

E falou ainda que nessa luta, “precisamos tirar um exemplo claro de que, nesse debate da igualdade racial, não queremos mais, queremos apenas aquilo que é direito de oportunidades. A população negra não quer ser melhor que a população branca. Não é este o debate: ser negro ou branco, o debate é sobre juntar essas forças em favor daqueles que precisam mais e que sempre foram discriminados, sempre ficaram em segundo plano do Poder Público”.

Governar para todos

Evandro Milhomen, que é candidato à Prefeito de Macapá (AP) nessas eleições, disse que “precisamos governar de frente para essa periferia e não de costas, como tem sido feito até hoje”. Ele disse “o Amapá tem uma população autodeclarada de 78,9% de negros e pardos, o representa a necessidade de políticas públicas direcionadas a essa população, com mazelas e com problemas que são acumulados há anos, e nem por isso há a sensibilidade daqueles que governam”.

E avalia que “a população negra de Macapá, que circunda a capital, está abandonada. Nós não temos políticas públicas claras de educação para essa população negra; nós não temos uma assistência social direcionada ao atendimento daqueles que estão abaixo da linha da pobreza”.

Segundo Milhomen, “se não fosse a chegada do Presidente Lula ao poder, com a criação de políticas públicas, como aquelas instituídas pelo Ministério da Igualdade Racial, nós não teríamos condições reais hoje de estar debatendo problemas como saneamento básico nas comunidades quilombolas, ou água potável àquelas comunidades que ficaram sempre ausentes, durante centenas de anos, dessa política pública de saneamento básico, abastecimento de água e unidades sanitárias.

E lembra que a luta em Macapá se estende ainda ao acesso da população negra à educação de qualidade, a universidade e ao mercado de trabalho. “Para que nós possamos acabar com essa discriminação velada, escondida que existe e que não percebemos, mas ela está posta na hora em que necessitamos de um emprego ou na busca de uma vaga na escola ou a um atendimento de saúde. Está claro que há discriminação, sim, nesse atendimento”, analisa o deputado.

Campos demarcados

O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) fez um aparte ao discurso de Milhomen para lembrar que em Salvador, o PCdoB tem como candidata a vice-prefeita Olívia Santana, uma mulher negra, de origem humilde, que sofreu e por isso conhece as dificuldades dessa população. E lembrou que a população da cidade vai escolher entre votar no ACM Neto, do DEM, que foi contra a política de cotas nas universidades e está sendo contra a demarcação das terras quilombolas, ou vota em Nelson Pellegrino e Olívia Santana, que lutam pela redução das desigualdades sociais e pela afirmação da igualdade de todos os brasileiros.

Milhomen reafirmou a fala do colega parlamentar de que está clara a posição do DEM, contrária à demarcação das terras quilombolas e contrária à cota universitária. “Tudo isso representa sinônimos de descaso por parte da burguesia nacional a uma população que contribuiu tanto e contribui até hoje com a formação intelectual, econômica e social do Brasil”, concluiu.

De Brasília
Márcia Xavier