Metroviários de São Paulo decidem adiar greve por 20 dias

Os metroviários de São Paulo decidiram adiar por 20 dias a greve que deveria ser iniciada nesta quinta-feira. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta quarta-feira e atende à sugestão da Justiça do Trabalho. A categoria, no entanto, poderá paralisar os serviços no dia 24, se não tiver suas reivindicações atendidas pela diretoria da Companhia do Metropolitano (Metrô).

Na audiência de conciliação realizada na terça-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre representantes sindicais e do Metrô, a Justiça determinou que em caso de greve os metroviários terão de manter 100% dos serviços nos horários de pico, entre as 6h e as 9h e entre as 16h e as 19h.

Nos demais períodos o Metrô terá de funcionar com 90% de sua capacidade, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

A principal reivindicação dos metroviários é quanto ao pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR). O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e em Empresas Operadoras de Veículos Leves sobre Trilhos no Estado de São Paulo (Metroviários-SP) defende que todos os funcionários recebam valores iguais de PLR, independentemente dos salários.

Leia abaixo a nota publicada no site da categoria:

Metroviários adiam a greve para dia 24/10 buscando negociação

Mesmo com o descumprimento por parte do Metrô do prazo de 120 dias acordado no TRT que suspendeu a greve do dia 23 de maio, onde a empresa se comprometeu buscar a linearidade do pagamento da PR (Participação nos Resultados), uniformizar a jornada de 36 horas semanais na operação e resolver algumas questões de equiparação salarial pendentes, os metroviários atenderam a solicitação do TRT e adiaram a greve programada para esta quinta-feira (4), para 24 de outubro, conforme prazo solicitado pelo Tribunal.

Com isso, a categoria deu uma demonstração de consciência e preocupação com a população, ao mesmo tempo desmentindo a acusação mentirosa e oportunista da direção da empresa e do Governo do Estado de que estaria promovendo uma greve de caráter eleitoreiro.

Será mantida a mobilização da categoria com distribuição de Cartas Abertas, setoriais na manutenção, uso de adesivos a partir do dia 15 e coletes no dia 18, trabalho sem uniformes nos dias 22 e 23, até a assembleia de preparação para a greve do dia 24 de outubro, caso não haja bom senso por parte da direção da empresa em buscar uma saída negociada para o impasse.

Denunciamos o caráter criminoso da empresa, que vem praticando sistematicamente, por meio de algumas de suas chefias, um verdadeiro assédio moral coletivo, obrigando os trabalhadores assinarem compromisso para comparecimento em caso de greve, ameaçando de demissão aos que aderirem ao seu direito constitucional de greve.

Com informações do Valor Econômico e do site Metroviários.org