Honestino Guimarães: desaparecido há 39 anos recebe homenagem

Nesta quarta-feira, 10 de outubro, fazem exatos 39 anos que o líder estudantil Honestino Guirmarães foi preso pela ditadura militar no Rio de Janeiro e desapareceu. Honestino recebeu homenagem do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília e pelo Grêmio Estudantil do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, onde ele estudou e que levam o seu nome.

As perseguições, torturas e prisões do período da ditadura começaram em 1960 e, desde o início, Honestino esteve no topo da lista das perseguições. Quando optou pela clandestinidade, teve a residência em Goiânia invadida inúmeras vezes por agentes da repressão, mas não desistiu de continuar na luta pelo os direitos estudantis. Foi quando, em 1969, tornou-se presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), assumindo a entidade após a prisão de Jean Marc Von der Wei.

No final de 1972, Honestino se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi jurado de morte e preso pelo órgão repressivo Cenimar, o Centro de Informações da Marinha. Ao saber da prisão, sua mãe, Dona Maria Monteiro, iniciou uma incansável busca, sem que encontrasse seu filho.

Em dezembro daquele ano, teve a garantia de que poderia visitar Honestino durante o Natal no temido PIC (Pelotão de Investigações Criminais do Exército) de Brasília. Mas, chegando ao local, foi informada de que o filho não estava lá. Após um ano, em 1974, o caso do desaparecimento de Honestino ganhou notoriedade.

Após o seu desaparecimento, a família teve de esperar 23 anos até que o governo reconhecesse que Honestino era, de fato, um dos mortos da ditadura. Seu assassinato só foi admitido, oficialmente, em 12 de março de 1996.

“Levamos esse debate aos 75 anos da UNE para cobrar que sejam esclarecidas as condições e paradeiros e explicados o que aconteceu com nossos estudantes desaparecidos, que tem em Honestino Guimarães sua maior representação”, explicou o presidente da entidade, Daniel Iliescu, durante ato em homenagem aos 75 anos da entidade.

Fonte: UNE