Tripulantes da Fragata Liberdade chegam à Argentina

Depois de permanecerem retidos durante três semanas no porto ganês de Tema, 281 tripulantes da Fragata Liberdade da Armada Argentina, chegarão nesta quarta (24) em Buenos Aires.

A decisão de evacuar de forma imediata a totalidade dos tripulantes nacionais e estrangeiros "a fim de preservar sua integridade e dignidade" foi tomada no último sábado pela presidenta Cristina Fernández, quem dispôs também a deixar a bordo só o capitão e 44 tripulantes para atender ao navio.

Em um comunicado, o chanceler Héctor Timerman sublinhou que a decisão da justiça de Gana ordenando a detenção da fragata não só violou os tratados internacionais, mas pôs em risco os direitos humanos dos 326 tripulantes que se encontravam a bordo.

Explicou também que em sua sentença, o juiz proibiu a provisão de combustível ao navio-escola, o que impediria o funcionamento dos geradores de energia, que por sua vez abastecem a cozinha, câmaras frigoríficas, banheiros, chuveiros, água corrente e luz elétrica.

Ainda mais grave é que o desabastecimento de combustível deixaria inativo o sistema contra incêndios, as bombas de retirada de água caso se inunde o barco, e impediria o controle de acidentes, indicou.

Frente a esta situação, a chefe de Estado argentina ordenou a evacuação da fragata, retida pela demanda interposta – segundo o texto lido pelo diplomata – por "uma entidade dedicada à pirataria financeira a partir de sua sede fiscal no Caribe".

Ao divulgar a notícia de retenção da Fragata Liberdade no começo deste mês, o ministério argentino de Relações Exteriores a atribuiu a um ataque do fundo de investimentos NHL, que tem sua sede nas Ilhas Caimã.

Desde então e em reiteradas ocasiões, servidores públicos de alto nível e inclusive a presidenta Cristina Fernández afirmaram que a Argentina não cederá frente aos fundos abutres – fundos de investimento de alto risco que se dedicam a comprar papéis podres de companhias em bancarrota ou de dívidas públicas para fins especulativos -, não negociará com eles, nem se deixará pressionar por seus sócios locais que enchem de informação falsa os meios jornalísticos afins.

Ontem, o próprio Timerman cumpriu uma intensa agenda de trabalho na sede da Organização das Nações Unidas relacionada à retenção da Fragata Liberdade que incluiu um encontro com seu secretário geral, Ban Ki-moon.

De acordo com o diplomata argentino, Ban Ki-moon aceitou utilizar os bons ofícios de seu escritório para falar com o Governo de Gana e trocar opiniões sobre como resolver este conflito.

Fonte: Prensa Latina