Mercado financeiro: regulador da Colômbia intervém na Interbolsa

A entidade reguladora do mercado de capitais da Colômbia interveio na Interbolsa, após identificar um aperto de liquidez, que ameaça tirar do mercado uma das maiores corretoras do país. O anúncio, feito pela Superintendencia Financeira da Colômbia na manhã desta sexta-feira (2) e ocorreu após a as ações da Interbolsa terem caído 30% na véspera.

A corretora admitiu enfrentar um problema de liquidez "temporário", e que considerava as medidas possíveis para solucioná-lo. A declaração a veio após diversas contrapartes fecharem suas posições com a casa.

O supervisor do setor informou monitorar de perto a situação de liquidez da corretora. Tomou o controle administrativo da Interbolsa para averiguar se ela tem condições de voltar a operar ou se será liquidada.

Na quinta-feira a Interbolsa não conseguiu cumprir com uma de suas obrigações de corretagem, o que motivou a decisão do regulador. Procurada pela reportagem, nenhum representante da Interbolsa foi localizado para comentar o caso.

O regulador se apressou em conter os temores em relação à saúde de outras empresas de corretagem na Colômbia, e reiterou que a Interbolsa segue solvente.

As negociações com as ações do Grupo Interbolsa, que controla a corretora, foram suspensas na bolsa de Bogotá por cinco dias. O ministro das Finanças do país, Mauricio Cardenas, disse a uma rádio local que "essa situação é exclusiva da Interbolsa" e que não há informação de que isso possa afetar outras firmas.

Até setembro, a Interbolsa era uma das mais lucrativas do mercado colombiano, com ganhos acumulados de US$ 8,093 milhões, segundo a Superintendência Financeira da Colômbia.

O site da corretora diz que a empresa tem mais de US$ 5 bilhões sob gestão e cerca de 40 mil clientes espalhados por nove países da América Latina, inclusive no Brasil. A matriz da subsidiária local fica na Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. A empresa também tem unidade no Rio e em Curitiba. Por aqui, a Interbolsa tem parceria com a BB DTVM, para a distribuição de produtos financeiros na Colômbia e no Peru.

Fonte: Jornal Valor Econômico