Diretor do vídeo islamofóbico é condenado a 1 ano de prisão

O autor do filme anti-islâmico que provocou protestos ao redor do mundo foi condenado a um ano de prisão por uma corte norte-americana em Los Angeles. Mark Basseley Youssef, conhecido sob o pseudônimo de Sam Basile, admitiu ter violado os termos de sua liberdade condicional por um crime não relacionado ao vídeo.

A decisão judicial foi anunciada nesta quarta-feira (7) pela juíza do caso depois de apelação da defesa de Youssef ter sido negada. O diretor falsificou documentos de identidade e acabou por violar a sua liberdade condicional relacionada a um crime de fraude bancária, pelo qual permaneceu na prisão por 21 meses.

A juíza negou a detenção doméstica e optou por enviá-lo de novo à prisão por considerar que o acusado mantinha uma atitude de "engano contínuo". Depois de cumprir seu ano de encarceramento, Youssef ficará em regime de liberdade condicional por mais quatro anos.

Logo após o tribunal, o diretor enviou um recado ao presidente dos Estados Unidos e provocou, mais uma vez, a comunidade muçulmana. "A única coisa que ele pediu para dizer a vocês é que o presidente Barack Obama pode ter capturado Osama bin Laden, mas ele não matou a ideologia", disse o seu advogado Steven Seiden citado pela rede Al Jazeera.

Seiden ainda afirmou que o seu cliente admite ser o roteirista e o "assistente cultural" da produção cinematográfica anti-islã.

A Inocência dos Muçulmanos

Apesar do trailer de A Inocência dos Muçulmanos ter sido divulgado em julho por meio do YouTube, o filme só conquistou a atenção do público depois de ganhar legendas em árabe em setembro. Desde então, milhares de pessoas assistiram à versão, aprovada pelo diretor, e uma emissora egípcia chegou a reproduzi-la.

Em apenas 13 minutos, o trailer mostra, de um jeito cômico, muçulmanos atacando uma cidade e todos aqueles que possuem religião diferente, incluindo uma bela garota com uma cruz no peito. Em outras cenas, o profeta Maomé é chamado de “bastardo”, briga por um pedaço de carne com uma de suas esposas, aparece sem cuecas e faz sexo oral em uma mulher.

O filme provocou a ira de milhares de islâmicos que protestaram em dezenas de países ao redor do mundo. Em um dos protestos, o embaixador norte-americano na Líbia, J. Christopher Stevens, e outros três funcionários morreram.

Para Youssef, o diretor da produção milionária, “o Islã é um câncer e ponto final”. O norte-americano, que preferiu se identificar, na época, como um israelense judeu, acredita que o filme vai ajudar o Estado judeu a dominar o território da Palestina por mostrar as falhas do Islã ao mundo.

“É um filme político”, disse ele ao descrever a sátira islamofóbica, que foi financiada por mais de 100 doadores judeus e custou 5 milhões de dólares.

Fonte: Opera Mundi