Governo de SP aposta em Operação Saturação em mais 3 comunidades

O governo paulista permanece apostando na chamada Operação Saturação – ocupação ostensiva por policiais militares de áreas onde há presença do crime organizado. A primeira comunidade ocupada por policiais foi Paraisópolis (zona sul). Agora, outras três favelas da Grande São Paulo devem fazer parte da operação: favela São Rafael, em Guarulhos; Jardim Damasceno (zona norte) e em Santa Inês (leste).

Os locais começaram a ser ocupados na quarta-feira (7). É a primeira vez que os policiais entram de forma ostensiva em regiões fora da capital.

As intervenções de ontem envolveram cerca de 400 homens de três batalhões, da Tropa de Choque e da Cavalaria. Com isso, chega a 1.000 o número de policiais deslocados para essa operação – em Paraisópolis, foram 600.

O objetivo das novas ocupações é prender ao menos 20 foragidos da Justiça, asfixiar o tráfico de drogas e evitar que boatos de toques de recolher se propaguem, como ocorreu nos últimos dias.

As operações, iniciadas após escalada da violência em setembro e outubro, com mais de 200 assassinatos, não têm prazo para acabar.

Logo depois de desencadear a operação em Paraisópolis, a maior favela de São Paulo, na semana passada, a PM ocupou outras favelas na zona sul (em Capão Redondo e Campo Limpo), mas essas ações duraram só dois dias.

Em Paraisópolis, até ontem, os PMs tinham prendido 47 pessoas e apreendido 16 armas de fogo e quase 400 kg de drogas. Em Campo Limpo ocorreu a única morte até agora: um suspeito de tráfico, em troca de tiros com PMs.

A favela São Rafael, que há alguns anos era considerada uma das mais críticas de Guarulhos, hoje vive em relativa tranquilidade, segundo a polícia e os moradores.

A comunidade ficou conhecida nacionalmente em 2001 quando um helicóptero da Polícia Civil caiu na região após se chocar com fios de alta tensão durante uma troca de tiros com ladrões. Três policiais morreram na ocasião.

Ontem, pegos de surpresa pela movimentação policial, moradores se dividiram entre o alívio pela presença da PM e por certa insegurança.

A PM bloqueou pontos no acesso à favela, revistando todos os veículos. Um dos principais objetivos, segundo o comandante da operação, capitão Jackson Dorta, era manter os comércios abertos.

Com Folha de S. Paulo