PCdoB saúda a luta dos comunistas chineses pelo socialismo

 

São Paulo, 5 de novembro de 2012.

Ao camarada Hu Jintao

Secretario Geral do Partido Comunista da China

Estimado camarada,

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) congratula-se com o Partido Comunista da China pelo início, no próximo dia 8 de novembro de 2012, do 18º Congresso de vossa organização.

Desde o Brasil, fazemos chegar, em nome do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e de toda a nossa militância, saudações efusivas a todos os delegados, fazendo votos de completo êxito nos objetivos fixados para este Congresso.

Ao saudar os delegados a vosso Congresso, rendemos nossas homenagens às dezenas de milhões de comunistas chineses que em seu labor diário constroem o socialismo com peculiaridades chinesas nesta grande nação que é a República Popular da China.

O 18º Congresso do Partido Comunista da China será acompanhado com todo o interesse pelos comunistas brasileiros.

Primeiramente, porque os Congressos de vosso Partido são ocasiões onde se apresentam importantes aportes ao marxismo aplicado à realidade chinesa.

A teoria sobre a construção do socialismo com peculiaridades chinesas; a sistematização da rica teoria do camarada Deng Xiaoping, diretriz teórica de vosso Partido junto com o marxismo-leninismo e o pensamento de Mao Zedong; o importante pensamento da "tripla representatividade"; e finalmente a concepção científica do desenvolvimento, são inovações teóricas, condizentes com o desenvolvimento do marxismo na China, que acompanhamos com grande interesse.

O interesse no 18º Congresso do Partido Comunista da China também deriva do crescente papel de vosso país no plano internacional, e dos significativos êxitos que tem alcançado o povo chinês. As orientações do PCCh à frente do Estado chinês têm contribuído para a luta dos povos pela paz, pela autodeterminação, pela soberania e pelo desenvolvimento econômico e social.

O mundo atual tem sido fortemente impactado pela crise internacional do capitalismo, eclodida em 2007. Fruto da tendência geral ao desenvolvimento desigual do capitalismo, a crise manifesta-se de modo diferenciado nos EUA e na Europa, por um lado, e na China socialista e em vários países que se esforçam para se desenvolver, por outro. A transição em curso no mundo está alterando o balanço internacional de forças, reforçando a tendência à multipolaridade.

Na América Latina e o Caribe, e em especial na América do Sul, segue a tendência democrática, progressista e anti-imperialista apresentada nos últimos anos, e a região situa-se como um espaço de resistência e de alternativas, nas quais as mais avançadas proclamam o objetivo socialista.

O PCdoB tem defendido um relançamento da luta pelo socialismo, consentâneo com o novo contexto histórico vivido contemporaneamente. Neste relançamento, é preciso tirar lições das primeiras experiências de construção do socialismo iniciadas no século 20. Dentre elas, na opinião do Partido Comunista do Brasil, uma das grandes lições que se deve extrair destas primeiras experiências é a ideia de que não há nem modelo único de socialismo nem caminho universal de conquista do poder político.

A partir da teoria revolucionária marxista-leninista e do pensamento nacional avançado de cada formação econômica-social específica, cada povo e cada força revolucionária construirão seu próprio caminho ao socialismo, e construirão o socialismo de acordo com a sua própria realidade.

Camaradas,

Em nosso país, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) vive um período de fortalecimento de suas fileiras como poucas outras vezes vistas na história de nosso país. Nossa presença junto aos trabalhadores e aos movimentos sociais, a intensificação da luta de ideias e a presença em responsabilidades conferidas pelo povo em parlamentos e governos nos diversos níveis da nossa federação, tem descortinado possibilidades de uma maior presença dos comunistas na cena política nacional.

O Brasil progride num sentido patriótico, progressista e democrático. Sob a direção da companheira Dilma Rousseff, o governo de frente ampla que dirige o Brasil atualmente busca continuar e aprofundar as conquistas do governo do presidente Lula.

Neste terceiro período de governo nos quais forças democráticas e progressistas estão à frente do governo nacional, busca-se implementar um caminho de mudanças avançadas em nosso país. Progredir nesse curso mudancista é a razão do apoio e da presença dos comunistas no governo brasileiro.

O PCdoB valoriza o estado atual das relações bilaterais entre a República Popular da China e a República Federativa do Brasil e incentiva o seu desenvolvimento. Ambos os nossos povos e países têm interesses comuns em variados assuntos.

O regular funcionamento da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) tem permitido múltiplos avanços nas onze áreas em que ela está estruturada, relacionada à esfera política; econômica-comercial; econômica-financeira; de inspeção e quarentena; de agricultura; de energia e mineração; de ciência, tecnologia e inovação; espacial; de indústria e tecnologia da informação; cultural, e educacional.

Este conjunto de áreas em que se intensificam as relações entre o Brasil e a China revela o excepcional potencial de desenvolvimento de relações simétricas, equilibradas e mutuamente vantajosas entre nossos dois países.

Camaradas,

Reiterando a amizade histórica entre os Partido Comunista da China e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), manifestamos nossos desejos de pleno sucesso ao foro máximo dos comunistas chineses.

Saudações fraternais,

Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB

Ricardo Alemão Abreu, secretário de Relações Internacionais do PCdoB