Agricultores fecham Transamazônica por tempo indeterminado

Cerca de 500 agricultores fecharam, na madrugada desta segunda-feira (19), a rodovia Transamazônica e BR 163 na altura do Km 140 (Ponte Grande), município de Rurópolis, oeste do Pará. O objetivo é negociar com o governo as demandas históricas da região. De acordo com o movimento, a região está abandonada pelo poder público.

Segundo a organização, os agricultores permanecerão no local até que seja aberto um processo de diálogo e negociação com representantes de órgãos dos governos federal e estadual, como MDA, INCRA, MME, Terra Legal e Comitê Gestor Estadual do Programa Luz para Todos. 

Os agricultores exigem o asfaltamento da Transamazônica e BR 163 (Rurópolis ao Km 30), acesso à energia elétrica, regularização fundiária e revisão das unidades de conservação que sobrepõem assentamentos já existentes, além de políticas públicas nas áreas de educação, saúde e segurança. 

A ocupação da região foi incentivada pela ditadura militar nas décadas de 1970 e 1980, sob o lema “Integrar para não entregar”. Muitos “colonos” de diversos lugares do país, com o nordeste e o sul, foram incentivados a se instalarem no local com a promessa de desenvolver a região. No entanto, após 30 anos, o que se vê é o completo abandono pelo Estado brasileiro.

“As conquistas que tivemos são fruto de muita luta, de muitas pessoas que se doaram, de manifestações, então estamos retomando esse processo, reunindo os trabalhadores para começar uma nova etapa de lutas”, afirma Marcelino Lira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rurópolis.

Participam da mobilização os trabalhadores organizados nos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rurópolis, Itaituba, Trairão e Aveiro, além de movimentos sociais como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comissão Justiça e Paz e associações de agricultores.

Fonte: MAB (texto e fotos)