Conflito na Colômbia: diálogos de paz em Cuba geram expectativa

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e o governo colombiano prosseguem nas discussões por um acordo de paz neste sábado (24), em Cuba. O foco é o desenvolvimento agrário integral no país, uma das prioridades do acordo com o qual se espera pôr um ponto final a um conflito de longa data na Colômbia.

Os colombianos e toda a região continuam atentos aos diálogos de paz que entrarão em seu quinto dia, com total reserva – como ambas as partes acordaram desde o início -, enquanto os meios de imprensa tentam conhecer em primeira mão o que ocorre a portas fechadas.

"As discussões da mesa não se tornarão públicas e se estabelecerá um mecanismo para divulgar conjuntamente todos os avanços", assim o advertiram os representantes do governo e da guerrilha em uma das 10 regras de funcionamentos no Acordo Geral a 26 de agosto último.

Na sexta (23), houve breves declarações quando Ricardo Téllez, um dos cinco membros das Farc, que participa das negociações, leu um comunicado em que pede ao presidente estadunidense, Barack Obama, que indulte o lutador Simón Trinidad.

O insurgente cumpre pena de 60 anos, desde 2008, em uma prisão nos Estados Unidos e foi designado pelas forças rebeldes integrante da comissão plenipotenciária, encabeçada pelo comandante Iván Márquez, e que conformam também Andrés Paris e Marcos León Calarcá.

"O governo dos Estados Unidos faria uma imensa contribuição à paz da Colômbia com esse gesto de humanidade", afirmou Téllez em sua chegada ao Palácio de Convenções na capital, sede das conversas, onde a cada manhã ambas as partes são esperadas por centenas de jornalistas de 16 países, estabelecidos para cobrir o encontro.

Como confirmou a Prensa Latina, a equipe de comunicação que acompanha os representantes do governo de Juan Manuel Santos, é esperado que nas próximas horas o general retirado Oscar Laranjeira, designado negociador plenipotenciário, se incorpore à mesa.

Muito pouco se sabe se houve avanços sobre o primeiro ponto (a terra), o mais complexo e sensível, e a principal causa que obrigou um grupo de camponeses em 1964 em Marquetalia, Tolima, a lutar nas selvas.

Fonte: Prensa Latina