Jornalistas do JT permanecem mobilizados para evitar demissões

Está marcada para terça-feira (4) uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para tentar chegar a uma solução sobre a situação de 29 jornalistas que trabalhavam no extinto Jornal da Tarde, do Grupo Estado. As negociações em nada evoluíram na última rodada de negociação entre as partes, na quinta (22). Os trabalhadores permanecem comparecendo à redação e se colocando à disposição para o trabalho.

Na reunião de quinta, participaram representantes da Comissão de Jornalistas do Jornal da Tarde, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e da direção do Grupo Estado. Segundo o sindicato, a empresa se mantém irredutível e não aceita pagar uma indenização maior aos dispensados, que foram avisados em cima da hora sobre o fim do veículo.

A direção do Sindicato tem insistido na absorção de todos os jornalistas que compunham a redação do extinto Jornal da Tarde. Destes, a empresa incorporou 12 ao Estadão (jornalistas de Esportes e do Jornal do Carro), sobrando 29 contratados e 3 pessoas jurídicas (PJs). Há ainda três estagiários que serão mantidos no jornal até o final do contrato. A empresa se mantém irredutível e pretende realocar apenas mais nove trabalhadores, incluindo duas jornalistas já definidas por questões de saúde, demitindo os outros 20 e os 3 PJs.

O Sindicato, durante a negociação, propôs a implantação de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), envolvendo todos os jornalistas do Grupo Estado, com o pagamento de 12 meses de salários como indenização. Desta forma se abririam espaço para absorver mais profissionais e liberariam os que têm real interesse em deixar a empresa. O Estadão não aceitou a proposta e reafirmou que pretende pagar apenas um único salário a mais aos demitidos, como indenização, além da manutenção por seis meses do plano de saúde dos trabalhadores dispensados (antes eram três meses).

Diante do impasse, os jornalistas aprovaram em assembléia a contraproposta de manter o PDV, mas diminuindo o abono para nove meses de salário e de Plano de Saúde, o que também foi negado pela empresa. Agora, uma nova assembleia dos jornalistas está marcada para a próxima semana, antes da audiência.

"Estamos trabalhando com a proposta do PDV[Programa de Demissão Voluntária] para todos os trabalhadores, para dar chance até para quem quer deixar o jornal e manter na empresa os que assim desejam. Mas a ideia do PDV só é válida se eles ampliarem as indenizações",

Mobilização

Os jornalistas da redação do JT continuam mobilizados e unidos e se apresentam diariamente à empresa, sentando em suas mesas e se colocando à disposição. Esta estratégia foi definida em assembleia. Também recebem solidariedade dos demais colegas de redação.

Com Sindicato dos Jornalistas de São Paulo