Colheita recorde: safra de grãos tende a crescer 8% em 2012

Com isso, o Brasil assumirá a liderança global na produção e nas exportações de soja, à frente dos EUA.

A diferença entre esses percentuais de crescimento é explicada pela produtividade. Prejudicada por estiagens nas regiões Sul e Nordeste do país, a produtividade média nacional foi de 3.266 quilos por hectare no ciclo passado.

Baseada na média das três últimas safras, a Conab projeta 3.469 quilos por hectares em 2012/13, o que significa um incremento de 6,2%. No Sul, que tende a cultivar 18,1 milhões de hectares, praticamente a mesma área de 2011/12, a alta deverá ser de 18,5%, para 3.795 quilos por hectare e a colheita poderá atingir 68,6 milhões de toneladas, 18,6% maior.

No Nordeste, onde a área plantada foi projetada em 7,4 milhões de hectares, 1,4% superior a do ciclo passado, a produtividade estimada de 2.022 quilos por hectares representa um aumento de 18,9% e a colheita poderá ser 20,5% mais robusta (15 milhões de toneladas). No Centro-Oeste, que deverá liderar o plantio com 19,6 milhões de hectares, 4,3% mais que em 2011/12, a produtividade deverá cair 3,4%, para 3.653 quilos por hectare, o que limitará o avanço da produção a 0,8% (71,7 milhões de toneladas). Mato Grosso puxa o plantio no Centro-Oeste e no Brasil. No Estado, a área deverá ser de 11,5 milhões de hectares e esse aumento de 4,3% sobre 2011/12 influenciou o recente avanço do desmatamento nas bordas amazônicas.

A produção mato-grossense continuará a ser alavancada pela soja, o carro-chefe do campo brasileiro. No Estado, a oleaginosa deverá ocupar 7,7 milhões de hectares em 2012/13, 10% mais que em 2011/12, e a colheita tende a alcançar 23,8 milhões de toneladas, um aumento de 8,9% na comparação. Em todo o país, a área plantada de soja deverá crescer 8,8%, para 27,2 milhões de hectares, e a produção poderá somar 82,6 milhões de toneladas, 24,5% acima do ciclo passado e novo recorde histórico. Com isso, o Brasil assumirá a liderança global na produção e nas exportações de soja, à frente dos EUA.

Se a área de soja terá um crescimento expressivo, as de cultivos importantes terão queda. A maior retração prevista é a do algodão (28%), seguida pela do trigo (12,5%), do feijão (2,9%), do milho (2,7%) e a do arroz (0,7%). Com o mercado pouco atraente depois da queda dos preços e do aumento dos custos, o algodão em pluma deverá registrar produção 21,8% menor que em 2011/12, inferior a 1,5 milhão de toneladas – o menor patamar desde 2009/10.

No caso do milho, que liderou e garantiu o aumento da produção de grãos em geral no país na temporada passada graças à pujança da segunda safra, conhecida como safrinha, a produção estimada em 2012/13 é de 71,9 milhões de toneladas, 1,4% menor. Nos tabuleiros do arroz e do feijão, aumentos de produtividade tendem a garantir colheitas 2,8% e 14,1% maiores, respectivamente, o que deverá servir para oscilações mais amenas dos preços, que em 2012 subiram com as retrações das ofertas.

Fonte: Valor Econômico