Senado dos EUA fala em “erro terrível” sobre torturas

Foi preciso três anos e meio de investigações, para que um comitê do Senado norte-americano considerasse que o uso de “técnicas de interrogatório violentas” foi um “erro terrível”.

O informe e suas 20 conclusões são, no entanto, confidenciais e devem ser analisados pelos encarregados do governo de Barack Obama antes de uma possível divulgação, dentro de vários meses.

“Acredito firmemente que a criação de ‘locais clandestinos’ de longo prazo e o uso das chamadas ‘técnicas de interrogatório intensificadas’ foram erros terríveis”, disse Dianne Feinstein, presidente do Comitê de Informação, depois de uma reunião a portas fechadas. “A maioria da comissão está de acordo” com isto, acrescentou.

A senadora democrata também considerou, em nível pessoal, mas com base no relatório da investigação, que o uso destas técnicas, especialmente a da simulação de afogamento em tonéis de água, não levou à informação que permitiu localizar o líder da rede Al-Qaeda, Osama bin Laden, assassinado no Paquistão em 2013 durante uma incursão de comandos norte-americanos. 

No entanto, isto está em uma cena de tortura que aparece no início de “Dark Zero Thirty”, novo filme da cineasta Kathryn Bigelow, que conta a caçada ao líder da Al-Qaeda pela CIA. Segundo o filme, as pistas foram obtidas com a tortura a suspeitos. O filme estreou este mês nos cinemas norte-americanos e despertou um grande interesse no país, pois a diretora teve acesso a funcionários da administração Obama.

Os senadores da comissão aprovaram por nove votos a seis o relatório de 6.000 páginas, examinando os casos de cada um dos presos da CIA, “as condições sob as quais ocorreram, como foram entrevistados, a informação que efetivamente deram”, destacou Feinstein.

Todos os republicanos da comissão, com exceção de um, votaram contra a adoção do texto, demonstrando a polêmica que continua cercando este tipo de interrogatório.

Fonte: Com AFP