Chile: Oito ex-oficiais são condenados pela morte de Víctor Jara

O juiz chileno Miguel Vázquez ordenou a prisão, nesta sexta-feira (28) de oito ex-oficiais do Exército por serem autores e cúmplices pelo assassinato do cantor Víctor Jara, que foi uma das primeiras vítimas da ditadura de Augusto Pinochet. O crime ocorreu em 16 de setembro de 1973, apenas cinco dias depois do golpe de estado.

Victor Jara

A resolução, ditada pelo juiz especial do tribunal de apelações de Santiago inclui oito militares que na época eram tenentes e responsáveis pelos prisioneiros confinados no Estádio Chile, em Santiago. Dois foram acusados como autores do homicídio qualificado e os outros seis como cúmplices.

Segundo Vásquez, em 11 de setembro de 1973, quando forças militares mataram o presidente socialista Salvador Allende e iniciaram uma ditadura que deixou mais de 3 mil mortos em 16 anos de regime. No mesmo dia, tropas do Exército sitiaram a Universidade Técnica do Estado, onde Jara dava aula de teatro e detiveram milhares de alunos, docentes e funcionários da instituição, entre os quais estava Víctor Jara.

O ator e cantor foi levado para o estádio Chile, um centro de detenções e durante três dias foi interrogado e submetido a torturas brutais, tendo tido suas mãos quebradas: “olha minhas mãos, olha minhas mãos… as quebraram para que eu nunca mais volte a tocar violão”, contou o próprio Jara, então com 41 anos, ao jornalista Sergio Gutiérrez que também estava detido no local.

O corpo cantor latino-americano foi encontrado, no dia 16 de setembro, em um terreno baldio, com 44 tiros de arma de fogo, nas redondezas de Santiago junto com outros cinco cadáveres.

Da Redação do Vermelho,
com informações da Efe