Estudantes fazem caminhada contra aumento das tarifas de ônibus
Cerca de 70 integrantes de movimentos estudantis saíram em caminhada contra o aumento das tarifas de ônibus da rua do Hospício, no bairro da Boa Vista, até a sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na rua do Imperador, em Santo Antônio, onde, ainda nesta tarde, deverão ser recebidos pela procuradora geral para assuntos administrativos Laís Teixeira.
Publicado 07/01/2013 16:38 | Editado 04/03/2020 16:56
Manifestantes reivindicam auditoria das empresas de ônibus e passe livre para estudantes e desempregados
O ato tem como objetivo entregar ao órgão um documento com reivindicações dos estudantes e marca o início de uma série de mobilizações.
No início do ato, moradores dos prédios da avenida Conde da Boa Vista jogaram ovos na multidão. Os manifestantes interditaram as duas faixas da avenida às 11h52 e só liberaram às 12h06, quando Orlando Paulino dos Santos, que fazia o transporte de um paciente para o Hospital da Restauração, revoltado com o trânsito, desceu do carro e reclamou.
Segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), toda a extensão da avenida Conde da Boa Vista está com trânsito complicado. Os agentes disseram que o trânsito só será totalmente escoado após uma hora do término do protesto. Por isso, eles pedem que as pessoas evitem os arredores da via.
De acordo com o presidente da Uespe, Davi Lira, entre as reivindicações dos estudantes estão a melhoria da qualidade do serviço e uma auditoria nas contas das empresas operadoras do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR). “Precisamos de clareza. A reunião do Conselho Metropolitano foi totalmente anti-democrática”, ressaltou.
De acordo com Lira, as reuniões acontecem a portas fechadas, sem a presença de um estudante. Na quarta-feira (09), os manifestantes farão uma mobilização na BR-101, nas imediações da Cidade Universitária (CDU). A concentração começará às 11h. Ainda de acordo com Lira, esse ato só acabará após uma resposta positiva do Governo de Pernambuco.
Enquanto isso, o coordenador nacional da Federação dos Estudantes de Direito, Rafael Costa, revelou que o ato desta segunda-feira é de impacto e não irá entregar documento ao MPPE. “O documento não ficou pronto a tempo. Faremos ainda esta semana”, diz Costa. Entre as medidas que serão adotadas pelo movimento estudantil estão a elaboração do projeto passe livre estudantil. “Isso é totalmente possível. Temos aí o exemplo do Espírito Santo que já tem esse projeto".
Após se estabelecerem em frente ao prédio do Ministério Público, os estudantes resolveram seguir rumo à Grande Recife Consórcio, onde permanecerem por cerca de 30 minutos e decidiram fechar o trânsito no local. Um grupo chegou a discutir com policiais militares enquanto outros estimulavam o grupo a seguir a marcha em direção novamente ao Ministério Público, alegando que o objetivo de fechar o trânsito por alguns minutos já tinha sido atingido. Policiais e estudantes chegaram então a um acordo e o trânsito foi novamente liberado no local.
Neste momento, cinco representantes dos estudantes estão dentro do MP com a procuradora Laís Teixeira, que recebeu as reivindicações dos manifestantes. Dentre elas, estão melhoria do transporte público e instalação de condicionador de ar nos ônibus. Após fecharem o trânsito no Cais de Santa Rita, os manifestantes caminharam de volta à sede do Ministério Público, desta vez pela avenida Martins de Barros, enquanto aguardam o fim da reunião com a procuradora.
Uma faixa da via foi interditada, permitindo apenas a passagem de ônibus pelo local. Um taxista tentou passar e acabou atingindo um estudante, que não sofreu ferimentos. A todo momento, são soltados gritos em tons de cobrança ao governador Eduardo Campos por uma promessa feita de que não iria permitir o aumento do preço das passagens.
Fonte Folha de PE