CNI: capacidade instalada na indústria cresceu em novembro

A utilização da capacidade instalada na indústria brasileira subiu para 81,4 por cento e o faturamento cresceu 2,5 por cento em novembro de 2012, mas o setor ainda enfrenta processo de lenta recuperação, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (17).

Flávio Castelo Branco

 O uso da capacidade instalada em novembro de 2012 ficou acima dos 81,2% de outubro daquele ano, mas estável em comparação a igual mês de 2011. A elevação de 2,5% no faturamento em novembro frente a outubro foi a primeira após dois meses de queda.

Ainda assim, a CNI salienta que o faturamento real foi a única variável com aumento mais expressivo em novembro. As horas trabalhadas na produção tiveram alta de apenas 0,2% frente a outubro e queda de 0,3% ante novembro de 2011. Já o emprego industrial teve ligeiro acréscimo de 0,2% na comparação com outubro e de 0,5% ante igual mês do ano anterior.

Na avaliação da CNI, esses resultados evidenciam uma tendência lenta de recuperação da atividade fabril. Mesmo assim, o empresário industrial mostra um pouco mais de otimismo neste ano. Pesquisa da própria CNI divulgada na terça-feira (15) sobre intenções de investimento mostrou que as indústrias pretendem ampliar os gastos com compra de máquinas e equipamentos, embora a disposição de investir seja a menor desde 2009. Os empresários acreditam que a produção industrial crescerá mais em 2013 e em 2014, 3,24% e 3,90%, respectivamente. Para 2012, a previsão é de queda de 2,41%.

Os dados foram apresentados em Brasília, pelo gerente executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco e pelo economista da entidade, Marcelo de Ávila. "Essa trajetória de recuperação moderada deve se manter nos primeiros meses deste ano", avaliou Flávio Castelo Branco para quem a retomada da atividade deve se intensificar ao longo do ano com a recomposição dos estoques no comércio e os efeitos das medidas de estímulo ao crescimento, como a desoneração da folha de salários, a redução da tarifa de energia e os investimentos em infraestrutura. "Essas medidas criam um quadro favorável aos investimentos na produção", disse.

Os salários pagos pela indústria aumentaram 3,5% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2011. No acumulado de janeiro a novembro de 2012, a massa salarial subiu 5% em relação ao mesmo período de 2011. O rendimento médio real dos trabalhadores aumentou 3% em novembro frente a igual mês de 2011 e acumulou uma alta de 5,2% no ano.

A pesquisa da CNI revela que, em novembro de 2012, o faturamento aumentou em 13 dos 19 setores pesquisados frente ao mesmo mês do ano anterior. As horas trabalhadas na produção cresceram em dez setores, e o emprego, em oito.

A indústria do vestuário está entre as que tiveram os melhores desempenhos em novembro. O faturamento no setor cresceu 6,2%, o emprego aumento 11,3% e as horas trabalhadas na produção tiveram expansão de 10,7% em relação ao mesmo mês de 2011. "A massa salarial cresceu 10,8% sobretudo pelo aumento do emprego", diz o estudo.

Já o setor de material eletrônico e de comunicação teve um mal desempenho em novembro. As horas trabalhadas na produção do setor caíram 23,5% e o emprego recuou 11,7% na comparação com novembro de 2011. A utilização da capacidade instalada diminuiu 4,2% e a massa salarial real registrou queda de 1,3%.

Com agências