Atos marcaram o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Atos ecumênicos marcaram, nesta segunda-feira (21), o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Para festejar a data as prefeituras das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) criaram festividades ecumênicas para valorizar a liberdade religiosa.

Ao participar do ato para se comemorar o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse que os ataques às religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável.

"Nós consideramos que isso chegou em um ponto insuportável e que não se trata apenas de uma disputa religiosa, mas, evidentemente, uma disputa por valores civilizatórios”, enfatizou a Ministra.

Em São Paulo o evento aconteceu no Vale do Anhangabaú promovido pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial que convidou o Padre Marcelo Rossi (Igreja Católica), acantora e deputada estadual Leci Brandão (Tradições de Matriz Africana), o cantor Netinho, a cantora Jamily (Igreja Evangélica), do Olodum e dos grupos Art Popular, Samprazer e Katinguelê para se apresentar.

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Ato no Rio de Janeiro

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa também foi comemorado no Rio. A festa chamada de “Cantando a Gente se Entende” aconteceu na Cinelândia reunindo líderes católicos, candomblecistas, espíritas, judeus, muçulmanos, budistas e outros.

Um documento final será elaborado por instituições religiosas, acadêmicos e especialistas e entregue às autoridades com diretrizes para a criação de um Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

O superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, Cláudio Nascimento, explicou que dados da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos apontam que os grupos mais perseguidos no Rio também são os das comunidades de matriz africana.

O Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, celebrado todo 21 de janeiro, foi oficializado pela Lei nº 11.635, em 2007. A data homeageia a sacerdodisa Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda. Ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, Mãe Gilda morreu de enfarte, após ver sua foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de texto depreciativo. Semanas antes, o terreiro de Mãe Gilda fora invadido por evangélicos. A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pela publicação da Folha Universal, foi condenada a indenizar a família da ialorixá.

Com agências