Metalúrgicos pedem que Dilma interceda contra demissões na GM

"Luta pelo emprego e contra a precarização". Essas foram as palavras de ordem na manifestação realizada nesta terça-feira (22), na rodovia Presidente Dutra, pelo sindicalistas e metalúrgicos de uma das oito fábricas do complexo da General Motors (GM), em São José dos Campos. Eles estão unidos contra o risco de demissão de l,5 mil trabalhadores.

Na última sexta-feira (18), terminou sem acordo a reunião entre os representantes dos empregados e diretores da GM, com intermediação do governo federal. Nesta quarta-feira (23), os dois lados voltam a discutir formas de evitar a demissão em massa.

Segundo informações do Sindicato dos Metalurgicos de São José, o objetivo da manifestação é pressionar a GM a fechar um acordo que evite as demissões. Além da manifestção na rodovia os trabalhadores farão uma paralisação de 24 horas.

Em entrevista à TV Sind MetalSJC, o presidente  da entidade, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que os trabalhadores lutam pela garantia de direitos conquistados.“Queremos que a [presidenta] Dilma proíba as demissões, já que a GM tem sido uma das beneficiadas do setor automobilístico com redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] e liberação de recursos do BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social]”, disparou. 

Ele também lembrou que o setor vem obtendo recordes e neste ano deve crescer 5%, “o que não justifica as demissões”.

Macapá também informou que o Sindicato está disposto a negociar questões como a adoção de uma nova grade salarial para a fábrica, desde que os empregos fossem garantidos. A empresa, entretanto, não deu essa garantia.

“O fato é que nos planos da GM não cabem esses 1.500 pais de família. A GM está em ótima fase e não precisa demitir. Vamos continuar lutando com todas as nossas forças para que todos os trabalhadores permaneçam com seus empregos”, conclui Macapá.

Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que de agosto de 2011 e novembro de 2012, a GM fechou 1.297 postos de trabalho em São José dos Campos (saldo entre admissões e demissões). Nesse levantamento ainda não estão incluídas todas as demissões realizadas pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV), aberto pela GM em agosto de 2012.

Negociação

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos prosseguirá com as negociações, nesta quarta-feira (23), e vai pedir ajuda a presidenta Dilma Rousseff para que interfira nos planos da montadora de demitir 1.598 trabalhadores, a partir de 26 de janeiro. 

Para reverter esse quadro, nos próximos dias o Sindicato vai atuar em três frentes: cobrar o Governo Federal, dar continuidade às negociações com a montadora e fortalecer as mobilizações.

No dia 23, quando acontece a próxima reunião, será realizado também o Dia de Ação Global contra os Ataques da GM, a ser realizado simultaneamente em seis países: Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Colômbia e Argentina. Em São José dos Campos, haverá atividades específicas contra as demissões.

Com informações da TV Sind MetalSJC