Imprensa grega está em apuros, mas o povo recorre à internet

A mídia tem estado entre os setores mais gravemente afetados nos últimos três anos da crise econômica na Grécia, segundo relatórios da Rádio Pública Nacional da América (NPR). Cerca de 4.000 jornalistas perderam seus empregos devido ao fechamento de vários jornais e emissoras de televisão.

Mídia na Grécia está em apuros - AFP

Outros estão à beira do fechamento. A correspondente da NPR, Sylvia Poggioli, relatou que as pessoas acreditam que os meios de notícia do país falharam em sua cobertura da crise, em parte devido às conexões estreitas entre proprietários, políticos e financiadores.

Ela cita o jornalista independente Nikolas Leontopoulos, que disse que os proprietários de meios de comunicação gregos importaram-se mais com ganhar contratos estatais para seus negócios do que com ganhar dinheiro com seus veículos de informação.

Poggioli escreveu: “essa troca de favores, de veículos que não criticam o governo ou bancos em troca de contratos públicos e empréstimos, contribuiu para um dos setores midiáticos mais inflados da Europa.”

Em 2009 havia cerca de 39 diários, 23 jornais nacionais dominicais, 14 jornais semanais e dezenas de emissoras de televisão e rádio para uma população de 11 milhões. Embora alguns títulos tivessem uma circulação de apenas 100 cópias, eles sobreviviam através da publicidade de empresas estatais. Agora a crise arrebatou tanto trabalhos públicos quanto a publicidade.

O resultado: a circulação está despencando, os veículos estão fechando, e muitos proprietários não estão mais podendo pagar aos bancos os seus empréstimos. Pesquisas de opinião mostram que a credibilidade da mídia despencou. Muitos repórteres que ainda têm trabalho viram seus salários esmagados em até 40%.

Mas Poggioli ressalta que a mídia online, independente e recente está preenchendo o vácuo. Ela mencionou uma página chamada “O projeto imprensa” (The Press Project), que tem 11 membros em sua equipe e 10 independentes pagos.

Seus jornalistas descobriram numerosas transações questionáveis ao analisarem contratos de trabalho público e orçamentos. Um membro da equipe, Pandelis Panteloglu, disse: “Não temos visto, na verdade, qualquer diálogo público sério na Grécia por décadas. Bem, já estava na hora.”

Fonte: BBC
Tradução da Redação do Vermelho