Aldo Rebelo: Um acordo promissor

Na série de acordos de cooperação que o Ministério do Esporte vem firmando com diferentes países, de Angola à Inglaterra, o intercâmbio de experiências que agora iniciamos com Cuba é um dos mais promissores.

Por Aldo Rebelo*

Cuba-Brasil

A pequena ilha do Caribe, com 11 milhões de habitantes, é uma potência esportiva regional, e, embora já tenha desfrutado dias melhores, ainda se destaca nos jogos Olímpicos, a ponto de em Londres, no ano passado, ter conquistado mais medalhas que o Brasil.

O acordo cobre as áreas de educação física e esportes escolar, paraolímpico e de alto rendimento, medicina esportiva, docência, futebol e organização de eventos. Nas modalidades olímpicas, o Brasil pretende mandar a Cuba atletas de basquete, ciclismo, lutas associadas, tiro, judô, taekwondo e halterofilismo e receber praticantes de basquete, handebol, judô, voleibol e vôlei de praia. Se vamos colaborar na capacitação de técnicos, receberemos grande contribuição para ampliar o nosso programa de amparo a ex-atletas, pois Cuba se esforça para “não esquecer” seus heróis esportivos.

Naquilo em que tem nível de excelência insuperável, o Brasil pode ajudar Cuba no futebol. O esporte nacional cubano é o beisebol, mas a prática crescente do futebol nas escolas anima os dirigentes e jogadores a sonharem em disputar novamente uma Copa do Mundo, visto que só foram à de 1938, na França. Também estenderemos aos cubanos programas originais, como o Pintando a Liberdade, em que presidiários reduzem a pena fabricando bolas de futebol – um artigo de luxo na ilha.

Temos a aprender com a política de universalização do esporte na escola, que pela quantidade gera qualidade e conduz a bons resultados nas Olimpíadas. Também a Constituição do Brasil determina que “é dever do Estado fomentar práticas esportivas” e o exercício desse direito começa com as crianças e adolescentes na educação física.

*Aldo Rebelo é Ministro do Esporte e deputado federal licenciado pelo PCdoB.

Fonte: Diário de S. Paulo