Ministério da Saúde: casos de dengue triplicam em 2013 

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (25), neste início de 2013 foram registrados praticamente três vezes mais casos de dengue em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2012 foram 70.489 notificações até 16 de fevereiro, neste ano, o número subiu para 204.650, aumento de 190%.  

O Ministério diz que a situação mais crítica está em Mato Grosso do Sul, com registro de 1.677,2 casos a cada 100 mil habitantes. A média do país é de 105,5 para a mesma proporção. Outras quatro unidades da Federação têm a incidência acima de 300 casos por 100 mil habitantes e, por isso, são consideradas locais em epidemia: Goiás, Acre, Mato Grosso e Tocantins. O Distrito Federal também registrou o triplo de número de casos, com aumento de 231% no número de registros.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, entre os motivos para o aumento na transmissão do vírus pelo mosquito Aedes aegypti, está o alastramento de um sorotipo novo no país. “Esse sorotipo está no Brasil desde 2010, mas agora atingiu municípios bastante populosos. Como é um tipo novo, pega indivíduos suscetíveis e mais vulneráveis”, afirma Barbosa. Um dos pontos levantados pela pasta é em relação à identificação da doença. Mesmo que o indivíduo que já tenha contraído um sorotipo e não possa pegá-lo novamente, as chances de contrair outro sorotipo são as mesmas e a doença pode ficar ainda mais grave.

No Centro-Oeste, que concentra quatro dos cinco estados em epidemia, o grande volume de chuvas também colabora para o alto número de incidência. Na região, houve crescimento de 801%. No Distrito Federal, não houve mortes ou registros graves até 16 de fevereiro, no entanto, as notificações da doença também triplicaram na comparação com o ano passado. Segundo o Ministério da Saúde, em 2013, foram identificados 820 casos, contra 248 no período anterior. Diante da situação na capital e no estado vizinho, Goiás, a Secretaria de Saúde do DF está promovendo ações de combate e fiscalização, como disponibilizar capas de proteção a recipientes de armazenamento de água e treinar agentes de saúde comunitários.

Alerta

Embora a quantidade de mortes tenha reduzido 20% em relação a 2012, assim como os casos graves, que reduziram 44%, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, alerta para o aumento da incidência. “Os gestores e a população dos municípios, mesmo os que não estão em epidemia, devem ficar atentos, porque o período crítico de contaminação segue até meados de maio”. Em relação a 2010, a queda é ainda mais acentuada: o número de mortes caiu 77% e os casos graves confirmados reduziram em 91%.

Dados do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), também divulgados ontem, mostram que, no mês passado, 267 municípios estavam em situação de risco, 487 em alerta e 238 tinham índices satisfatórios. “Faço dois alertas, um para o Sudeste, que tem uma população muito grande, e para o Nordeste, onde os casos normalmente aumentam a partir do fim de março”, destaca Padilha. Dos 983 municípios pesquisados, a concentração do mosquito foi 37,6% domiciliar, 29,5% nos lixos e 33% em armazenamentos de água.

Para Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, os gestores dos municípios têm de ficar atentos e acionar, além de medidas de saúde, outras ações. “Deve ser feita a limpeza urbana, por exemplo.”

Fonte: Correio Braziliense