Livro lançado na Venezuela lembra tempos de repressão e valentia

Maduro fez uma refelxão sobre a importância de difundir as lutas deste e outros militantes revolucionários que foram detidos, torturados e que desapareceram na década de 1960. 

"Felipe Malaver: Un combate por la vida", com prólogo do jornalista José Vicente Rangel, descreve a história de militante revolucionário que foi levado ao acampamento anti-guerrilheiro de Urica, para ser torturado, e que foi vítima de desaparecimento forçado, em mãos do Serviço de Inteligência das Forças Armadas, em 1966.

Durante a 4ª República, nos episódios de Cantaura, Yumare e El Caracazo o aparato repressor do Estado acabou com a vida de centenas de venezuelanos. O vice-presidente ressaltou o valor que hoje o povo venezuelano dá aos desaparecidos durante o período 1958-1998, que “preferiram entregar sua vida a entregar um companheiro, a delatar, trair uma causa.”

Maduro disse que a luta revolucionária que se adianta na Venezuela “tem que ser uma luta aferrada à vida, à fé, à confiança, nas piores dificuldades que tenhamos que viver, o nosso povo tem sempre que estar apegado à confiança no que defendemos: a causa mais justa que já se pôde defender.”

Uma amostra de valentia e amor

Já o jornalista José Vicente Rangel ressaltou que o livro lançado é uma amostra da coragem e da valentia de Reina de Malaver, viúva de Felipe Malaver e uma das autoras desta obra.

“Este não é um livro qualquer, este é um livro do amor, da ternura; é um livro de quem é capaz de manter em tempo a lembrança perdurável de ser amado,” destacou, referindo-se à luta incansável de Reina de Malaver para que se fizesse justiça.

Assinalou que da figura do desaparecido político durante a 4ª República “fala-se muito, mas fala-se pouco dos que sobreviveram e fala-se pouco das mulheres, das companheiras.”

Campanha contra a família de Chávez

Durante a apresentação do livro, Maduro denunciou que através das redes sociais e páginas de internet continuam sendo publicadas fotos e notas à imprensa que expõem a vida privada dos filhos do presidente Hugo Chávez, como parte de uma campanha desestabilizadora orquestrada pela direita venezuelana.

“Isto é algo detestável. Dissemos à direita que provoque a nós, que fale conosco e que deixem em paz a família do presidente Chávez,” exigiu Maduro, ressaltando que a Revolução Bolivariana está preparada para enfrentar-se à direita e para responder.

O vice-presidente referiu-se ainda à saúde de Chávez e reiterou que ele encontra-se em plena capacidade para governar, apesar do processo de recuperação. “O presidente está enfrentando as dificuldades como sempre enfrentou, mas elas não o impedem de dar ordens porque é um legítimo comandante-em-chefe, que tem um povo leal e uma equipe subordinada ao seu mando, à sua chefia, à sua liderança, e o reconhecemos como pai, chefe e guia da revolução e da vida também,” enfatizou.
 
Fonte: AVN (Agência Venezuelana de Notícias)