Lula: Consciência política é instrumento para enfrentar debates

Fortaleza foi palco na noite desta quinta-feira (28) do primeiro seminário “O decênio que mudou o Brasil”. Focado no tema “Políticas de bem-estar, direitos humanos e o desafio da inclusão social”, o encontro em Fortaleza inaugurou uma série temática que vai passar por várias cidades brasileiras.

Lula em Fortaleza - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Lula foi o último a falar e defendeu que não há debate que não possa ser enfrentado pelo atual governo. Ele ressaltou que o Programa Luz para Todos já atingiu 14 milhões de famílias. Quando lançado, o IBGE dizia que eram apenas 2 milhões de pessoas sem luz. “Colocar luz na casa de uma pessoa é transferi-la do século 18 para o século 21 em 1 segundo”.

Lula destacou ainda que o papel do Estado no processo de inclusão social do país foi fundamental. “Eles [as empresas privadas] são muito eficientes quando o cliente pode pagar, mas quando o cliente é pobre quem tem que atender é o ineficiente Estado que eles quiseram destruir”. O ex-presidente fez questão de mostrar que essa melhoria da vida das pessoas resultou também em uma dinamização da economia, citando o grande aumento no consumo de eletrodomésticos por essas famílias.

Lula criticou as campanhas políticas milionárias e defendeu a aplicação de reforma política no País. "Somos seres humanos e cometemos erros. Quem errou tem que ser julgado e até punido. Mas não vamos permitir que joguem em cima de nós a brecha que carregaram a vida inteira no jeito de fazer política no Brasil", afirmou.

Desenvolvimento Social

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, abriu o evento falando da importância de lembrar os avanços que o Brasil teve nos últimos dez anos. Para ele, essas não são conquistas apenas do PT, mas de todos os partidos aliados. Já a presidenta do PT do Ceará, Luizianne Lins, ressaltou que as mudanças ocorridas nas últimas décadas foram muito rápidas, mas que ainda é preciso avançar. Ela lembrou que o nordeste vive a maior seca dos últimos 40 anos e “é preciso acreditar que é possível melhorar ainda mais a vida do trabalhador rural”.

O governador cearense e presidente do PSB no estado, Cid Gomes, afirmou que o ex-presidente Lula foi o maior e melhor presidente que esse país já teve. O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, apresentou a dinâmica dos seminários, que acontecerão em várias cidades brasileiras para discutir temas específicos desses 10 anos de governo democrático e popular e passou a palavra à ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello.

Ela ministra apresentou quatro pontos que considera os principais responsáveis pelo sucesso do governo no combate à pobreza. O primeiro deles foi a geração de empregos: 19 milhões de empregos formais foram criados nesses dez anos. Depois, citou o aumento permanente e sistemático do salário mínimo, que teve 72% de aumento real no período. O fortalecimento da agricultura familiar, com a compra de alimentos pelo governo e acesso ao crédito foi o terceiro ponto.

Por fim, a ministra ressaltou a importância crucial dos programas de transferência de renda. Tereza disse que apesar de alguns deles já existirem antes, muito trabalho foi necessário para construir a política social consistente atual. E destacou a organização do cadastro único e da busca ativa como importantes avanços feitos e que culminara com 35 milhões de pessoas que saíram da miséria só com o Bolsa Família.

Informações do Instituto Lula e agências