UNE: a reforma política é nossa arma no combate à corrupção  

“Para a UNE combater à corrupção é atacar as causas deste mal e o financiamento público de campanha é o melhor remédio nesse combate”. Esse foi o tom dado por Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), em declaração à Rádio Vermelho, ao falar sobre conjuntura nacional e da agenda de luta da entidade.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo 

Na oportunidade, Iliescu informou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) somou forças com a UNE e outros movimentos sociais brasileiros, para em 2013 engrossar o tom na luta pela reforma política no país. 

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Segundo o dirigente estudantil, a aliança entre estudantes e a OAB poderá contribuir com a pressão da sociedade civil pela reforma do sistema eleitoral e pelas mudanças no sistema de financiamento das campanhas políticas no país. Ele informou que a UNE foi convidada a integrar o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e construir de forma mais aprofundada, durante o ano uma nova proposta para o formato e as regras das eleições no país.

“A UNE deverá estar ao lado da OAB na criação participativa de um projeto de lei, de iniciativa popular, que vá em direção ao financiamento democrático das campanhas, corrigindo as distorções no atual sistema de doações eleitorais, que privilegiam somente o poder econômico, permitem vícios e interesses escusos”, afirmou o presidente da UNE.

Segundo ele, o processo deverá ter o amplo envolvimento da sociedade, como aconteceu na criação da Lei da Ficha Limpa. E explica: “nossa entidade compra também as lutas que tem a ver com o Brasil e o debate da reforma política, em especial o do financiamento público de campanha, é um debate que não pode ser mais adiado. Para a UNE combater à corrupção é atacar as causas deste mal e a financiamento público de campanha é o melhor remédio nesse combate. Além do que amplia o debate democrático fortalece o país e avança no desenvolvimento social”, enumerou Iliescu.

Luta pela educação

Daniel também lembrou que a UNE luta, incessantemente, por uma Educação Pública de qualidade e essa passa pelo fortalecimento e ampliação do financiamento público para a Educação. Então em 2013, daremos continuidade às bandeiras dos 10% PIB e dos 100% dos royalties do Petróleo, que para a UNE são as nossas principais linhas de frente.

Mas, Iliescu explicou que bandeiras como estas dependem de avanços em outros setores. “Além da luta pelo fortalecimento e ampliação do financiamento público para a Educação, UNE observa que a democratização de setores e as reformas, como a reforma política e muitas outras, são essenciais para o avanço de diversas bandeiras dos movimentos sociais”, informou o dirigente.

10 anos de mudança

Daniel destaca que estes 10 anos de governos progressistas e populares são 10 anos em que o movimento social, o povo brasileiro conseguiu fazer valer a sua agenda de luta, a sua plataforma de transformações. Lutas, que na opinião do dirigente estudantil, foram historicamente represadas, porque encontravam no governo federal a antítese da sua plataforma.

Ele cita que a década anterior marcou a história de diversas formas e uma delas foi o processo de sucateamento da educação pública no Brasil, arroucho dos diretos dos trabalhadores, de enfraquecimento da soberania nacional, entre muitos outros.

“A partir de 2003, quando se elege um líder dos movimentos sociais, você observa uma inversão de postura em muitos setores, com destaque para o maior protagonismo dos movimentos sociais”, acentuou Iliescu. Ele reconhece que “o país não viveu um processo de mudança em linha reta, o que significa que há ainda um longo caminho a ser trilhado rumo ao avanço do processo iniciado há 10 anos, mas é preciso que as entidades organizadas fiquemn alerta e defendam os espaços já conquistados”, pontuou.

Segundo ele, é preciso creditar que nestes últimos 10 anos “as plataformas dos movimentos sociais começaram a virar realidade, tornaram-se políticas públicas de fato. No caso da UNE, por exemplo, observamos a assimilação, por parte do governo, das pautas que construímos e isso ocorre porque existem pessoas no governo federal que tem compromisso com o Brasil, que ouve a sociedade civil organizada, que leva em consideração as diversas demandas do povo brasileiro”, salientou.

“Acho que o grande legado que este grupo que comanda essa nau desde 2003 oferece, está no fortalecimento da democracia, é a abertura para a participação social nos diversos espaços de discussão. Esse legado é muito caro aos movimentos que historicamente defendem um Brasil justo e inclusivo”, reconheceu o presidente da UNE.

Acompanhe a entrevista na íntegra: