China atualiza o governo e planeja reformas estruturais 

Uma nova direção formada por homens e mulheres experientes ocupa nesta sexta-feira (15) o cenário político da China, comprometida a impulsionar este grande país a um nível superior de desenvolvimento em meio a necessidades sociais peremptórias e à crise econômica mundial. 

Novo presidente da China, Xi Jinping - Xinhua

A confirmação de Xi Jinping como presidente e de Li Kegiang como primeiro-ministro, junto a outros rostos novos à frente do parlamento nacional (Zhang Dejiang) e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (Yu Zhengsheng), entre outros cargos, conformam a nova tripulação responsável por conduzir a nação por rotas cheias de desafios.

Xi assumiu a secretaria geral do Partido Comunista da China (PCCh) no 18º Congresso celebrado em novembro passado, uma posição que também pressupõe a presidência do país, cargo em que foi confirmado nesta quinta pela Assembleia Popular Nacional (APN).

O parlamento respaldou Li Kegiang nesta sexta como chefe do governo; Li é integrante do seleto Comitê Permanente do Birô Político do PCCh no curso de um processo de câmbios de esta 12º legislatura.

Xi e Li substituem respectivamente a Hu Jintao e a Wen Jiabao nos cargos de presidente e primeiro-ministro. Outros ministros de altos cargos na cúpula governante chinesa também foram substituídos, de acordo com a lei, pelo final dos seus mandatos de cinco anos.

Funcionários políticos não tiveram receio em declarar à imprensa que, entre os desafios fundamentais que a nova direção enfrenta, está a redução da desigualdade entre pobres e ricos, a solução de problemas ambientais, a elevação do bem estar social e a luta, sem descanso, contra a corrupção.

Para o economista Li Yining, que seguiu de cerca o debate nacional sobre esses temas, o que torna mais complexo esses desafios é que devem ser enfrentados ao mesmo tempo em que é necessário cumprir outros compromissos, como o avanço da urbanização e o estímulo ao crescimento interno.

Essas e muitas outras tarefas são sugeridas em meio a um embiente de austeridade, sem excentricidades, uma política que o líder Xi Jinping desenvolveu e cumpriu, ao proibir banquetes, bandeirolas, tapetes vermelhos, presentes e outros procedimentos esbanjadores.

O contato direto com a população, conhecer suas inquietudes, anseios e descontentamentos aparecem também entre as prioridades dos novos líderes da China, que viajaram pessoalmente a áreas remotas do país para conhecê-las em primeira mão.

Como parte do processo de aprofundamento das reformas e da abertura da China que a sua liderança preconiza, o país está imerso numa mudança da estrutura de governo, que acaba de aprovar a 12º APN, encaminhado à diminuição da burocracia e à elevação da eficiência.

Este programa contempla a redução para 25 os atuais 27 ministérios, com a supressão do de Ferrovias (um dos mega-ministérios), a fusão das funções de saúde e população e planejamento familiar, e a elevação de nível da atual Administração Estatal de Alimentos e Medicamentos.

Esta reestruturação, a sétima e 30 anos, tem como objetivo transformar as funções governamentais com a redução da intervenção estatal no mercado e assuntos sociais, e eliminar a duplicidade de funções, a baixa eficiência e a burocracia, segundo os especialistas.

Em meio a esta complexa estrutura, os novos líderes estreiam políticas inovadoras para evitar um estancamento da China quando o mundo e seus principais mercados sofrem uma crise econômica que debilita as exportações, com a elevação do nível aquisitivo de suas populações.

Com uma população que supera 1,3 bilhão de habitantes, a China pode conseguir arrecadações multimilionárias de seus próprios cidadãos, no mercado interno, quando conseguir estreitar a atual brecha entre pobres e ricos, e quando os residentes rurais tiverem salários que lhes permitam um melhor nível de vida.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho