Insulza: nossas vidas não serão as mesmas depois de Chávez

O secretário Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza destacou que o ex-presidente Hugo Chávez “era um bolivariano genuíno, ele acreditava no legado de Bolívar, e no legados dos libertadores. Isso é algo que nos deixa e devemos lembrar, porque às vezes esquecemos esta história”.

Presidente Hugo Chávez e o Secretário Geral da OEA, Miguel Insulza em 2009

“Chávez reivindicava a história de seu país, não acreditava, como muitos líderes revolucionários que a história de seu país começava com eles. (…) Pelo contrário, reivindicava grande parte da história venezuelana, reivindicava Bolívar e, acreditem, que por experiência eu sei que isso não era uma pose publicitária”.

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Em sua intervenção na Seção Extraordinária do Conselho Permanente da OEA em homenagem ao presidente Chávez, realizado nesta sexta-feira (15), Insulza agradeceu as manifestações de unidade e de solidariedade expressadas ao líder da revolução bolivariana, e em nome da organização estendeu suas “condolências ao povo e ao governo da Venezuela”.

Descreveu a última semana como um acúmulo de “dias de intensas emoções, como pude ver eu mesmo nas ruas de Caracas, e é realmente impressionante, francamente, ver a dor, a tristeza e, ao mesmo tempo, a força de um povo que se manifesta de maneira tão impressionante para se despedir de seu líder”.

“Todos lembram dele, porque para o bem, ou para o mal suas vidas não serão as mesmas depois de Chávez. Esta é a realidade que vivemos e que nos une: o reconhecimento de uma vida que deixou seu rastro em todos nós”, acrescentou Insulza.

Disse ainda que “também acreditava, e muito foi dito aqui, na pátria grande, e estava disposto de se sacrificar por ela, de fazer esforços por ela. Chávez não era um homem de palavras apenas, era, sobretudo, um homem de ação. Ele fazia as coisas”.

Dificuldades

Insulza lembrou que o presidente Chávez, recém eleito em 1999, tomou posse na Assembleia Nacional. “Como esquecer o dia em que tomou posse, em que olhando para o Congresso — ainda não renovado — disse, quase no final do discurso: senhores, eu não sou a causa, sou a consequência”, disse destacando a claridade política do líder ao entender as necessidades do povo, após o fracasso de um sistema de governo que privilegiou durante mais de 40 anos as minorias.

“Sua primeira grande característica é que deveria administrar estes recursos da nação em benefício das maiorias, da enorme quantidade de pobres que existiam na Venezuela. Ninguém nega que o presidente Chávez fez isso, e o fez com dificuldade”, sublinhou.

Entre as dificuldades enfrentadas por Chávez desde a rebelião civil-militar de 1992: a greve petroleira e o golpe de abril de 2002 e o referendo revogatório de 2004. “Para lembrar somente três feitos que ocorreram no primeiro mandato do presidente Chávez e que, certamente, fizeram sua trajetória difícil, (mas foram) enfrentados com grande dificuldade e com integridade”, asseverou.

E lembrou que as iniciativas integracionistas como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Petrocaribe, que foram impulsionadas pelo líder.

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Da Redação do Vermelho,
com AVN