Farc pedem ao governo para democratizar relações urbano-rurais 

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) defenderam, nesta terça-feira (19), a democratização das relações urbano-rurais com justiça social para que haja um acordo na questão agrária. 

Iván Márquez - Farc - Ismael Francisco/Cubadebate

Antes de iniciar o sexto ciclo dos Diálogos de Paz , que ocorrem na sede do Palácio de Convenções em Cuba, o chefe da delegação guerrilheira, Iván Márquez, mostrou-se otimista e considerou possível um acordo na questão agrária. 

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Iván Márquez apresentou nove propostas mínimas referentes a justiça no território. Entre elas destaca a criação de um fundo dedicado a reparação da dívida histórica, política, econômica, social e cultural.

Ele agregou um fundo extraordinário para a justiça territorial, que equivaleria a, pelo menos, 5% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional e ressaltou que com essa medida contribuiria para a superação das desigualdades sociais, a pobreza da população rural e as desigualdades entre campo e cidade. 

O guerrilheiro indicou que outra das propostas está relacionada ao encadeamento equitativo entre economias rurais e urbanas, com atenção especial para a consolidação e estabilidade das comunidades camponesas, indígenas e negras.

Destacou a importância de que seja reconhecida a riqueza pluriétnica e multicultural da sociedade. Iván Márquez sinalizou que este setor “até agora esteve submetido a marginalização e a exclusão”.

Entre as propostas a guerrilha incluiu a desmilitarização das zonas rurais, a sociedade e o Estado. Agregou a fiscalização para um relacionamento igualitário entre a cidade e o campo, assim como a organização institucional para democratizar as relações entre ambos setores.

O líder da delegação das Farc se mostrou otimista diante as nove propostas e considerou que possivelmente sejam aceitas pela delegação do governo, porque conquistaram avanços na questão agrária.  Márquez reiterou a necessidade de estabelecer um cessar bilateral de hostilidades que evitaria o derramamento de sangue e favoreceria o desenvolvimento da mesa de conversas. 

Ele referiu-se a importância de uma Assembleia Constituinte como mecanismo para referendar os possíveis acordos das Farc com o governo de Juan Manuel Santos. Uma Assembleia seria fundamental, destacou, porque garantiria legitimidade aos acordos e asseguraria sua materialização.

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Com Agências