Farc: A paz é "fruto da justiça" e não só o cessar da violência

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) afirmaram nesta quarta-feira (20) em Havana, capital de Cuba, que a Colômbia precisa de profundas transformações econômicas, políticas e sociais para superar a profunda desigualdade dominante, causa essencial do conflito armado. 

Delegação das Farc em Havana - Excelsior.mx

Membro da delegação guerrilheira nos diálogos de paz com o governo, realizados em Havana desde o passado novembro, Jesús Santrich assinalou que de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o índice de desenvolvimento humano desta nação sul-americana está abaixo do de outros países na região, como Venezuela, Argentina e Cuba.

Santrich disse ainda que “um exemplo expressivo da tragédia social é que em nosso país a porcentagem de desnutrição (12%) é duas vezes a média continental, o que significa ao menos cinco mil crianças mortas por isso, ao ano.”

Ao dirigir-se à imprensa na entrada do Palácio das Convenções de Havana, sede das conversações desde o início deste processo de paz, em novembro de 2012, Santrich disse também que as condições de vida pioraram nas regiões mais afastadas no país, onde “o acesso aos programas de saúde e educação é deplorável ou inexistente.”

“No marco do desenvolvimento dos diálogos de Havana, o governo não deveria esquecer que a paz não se reduz ao fim da confrontação militar ou a desmobilizar a insurgência. A paz é fruto da justiça”, assegurou Santrich.

Por outro lado, ele assegurou que neste sexto ciclo de negociações as partes conseguiram uma construção bastante grande de aproximações, que superam as cinco páginas acordadas na finalização do período anterior.

Também chamou o governo a escutar o povo como premissa fundamental da construção da paz, para que exista consonância entre a mesa em Havana e as ações que desenvolve o governo de Juan Manuel Santos.

Para esta semana espera-se o final do sexto ciclo das conversações que tem Cuba e Noruega como garantes, e que continuou centrado no tema do desenvolvimento agrário, o primeiro da agenda acordada.

Os outros cinco referem-se às garantias para a participação política, o fim do conflito armado, a solução ao problema das drogas ilícitas, os direitos das vítimas e os mecanismos de verificação e referendo do acordado na mesa.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho