Gustavo Petta: PCdoB; 91 anos de lutas

O vereador do PCdoB de Campinas, Gustavo Petta divulga artigo em que enumera as trincheiras nas quais lutou o PCdoB pela democracia brasileira nos últimos 91 anos. Nesta segunda, 25, data do 91° aniversário do Partido, o parlamentar destaca a colaboração dos comunistas com o campo progressista que governa o Brasil nos últimos dez anos.

O parlamentar, que também preside a Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Câmara Municipal de Campinas, afirma ainda que em 2013 a militância comunista, reunida em torno do 13º Congresso do Partido irá debater a participação do PCdoB nestes dez anos de governos progressistas no Brasil – ciclo iniciado por Lula e continuado por Dilma.

Leia abaixo a íntegra do texto:

 

PCdoB; 91 anos de lutas

No dia 25 de março, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) comemora seu 91º aniversário. É a organização política mais antiga do País e que muito contribuiu para as grandes realizações do povo brasileiro em sua luta pela soberania nacional, pela construção de uma sociedade justa e pela defesa da democracia.

Em 2013, o aniversário do PCdoB coincide com o ano do 13º Congresso, marcado para o mês de novembro. Nele, discutiremos, entre outros assuntos, a participação dos comunistas nestes dez anos de governos progressistas no Brasil – ciclo iniciado por Lula e continuado por Dilma.

O PCdoB apoiou Lula desde a campanha de 1989, foi solidário nas derrotas e exerceu papel determinante nas vitórias do PT em nível nacional, dando sua colaboração aos avanços sociais deste novo Brasil em curso. Mas que ninguém confunda lealdade com adesismo! O PCdoB mantém sua independência política em relação ao governo federal, critica seus erros e desvios ou mesmo compõe outras alianças nas esferas municipais, quando julga necessário.

A luta dos comunistas brasileiros, no âmbito do governo Dilma, é pelo desenvolvimento nacional pleno. O crescimento da esquerda na América Latina aponta para um horizonte promissor e o Partido entende que o contexto histórico é favorável ao aprofundamento das medidas democrático-populares implementadas por Lula. Assim como se engajou na resistência à era neoliberal nos governos Collor e FHC, o PCdoB tem o dever de ajudar o Brasil a radicalizar os processos de transformação social com Dilma.

Esta postura crítica e independente marca a trajetória do Partido Comunista desde a sua fundação, uma vez que, para nós, os interesses da Nação sempre estiveram acima dos interesses individuais. Foi pelo bem do Brasil que os comunistas participaram da Constituinte de 1945 e da campanha O Petróleo é Nosso; pelo bem do Brasil pegaram em armas contra a Ditadura e organizaram a Guerrilha do Araguaia, apoiaram as Diretas Já… Muitos dos melhores quadros do PCdoB foram assassinados. Outros tantos seguem desaparecidos. Lutar pela liberdade foi o crime que ousaram cometer.

Hoje, como no passado, o Partido Comunista atua estrategicamente, centrado em programas e táticas de luta direcionadas para a construção do socialismo, mesmo que a luta seja árdua e muitas vezes não traga resultados imediatos. Cito o exemplo da vereadora comunista Vera Lúcia Pinto Telles, a primeira representante feminina na Câmara Municipal de Campinas. Sua luta pela emancipação da mulher se deu na década de 1940, quando a presença de mulheres na política era quase um caso de polícia. Vera não viveu para ver a eleição da presidenta Dilma, mas certamente deu sua parcela de contribuição ao processo histórico que levou uma mulher a ocupar o cargo mais importante do país.

É conhecida a paciência estratégica com que os comunistas brasileiros atuamos em vários setores da sociedade, pois o que nos move é justamente isto: a perspectiva de vitória futura, construída no trabalho cotidiano, tijolo por tijolo. Como dizia o poeta Antônio Machado, “o caminho se faz ao caminhar”. Aos 91 anos de idade, o PCdoB tem a experiência do velho que viu e viveu muita coisa; mas também a vitalidade da juventude, porque as ideias que defende continuam atuais, universais e demasiadamente humanas.